terça-feira, 15 de março de 2016

Leiam a delação premiada de Delcídio do Amaral




1. PRIMEIRA INVESTIDA DO PLANALTO

A despeito dos discursos do governo com relação a sua isenção nos rumos da Operação Lava-Jato, e indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, JOSÉ EDUARDO CARDOZO e da própria Presidenta DILMA ROUSSEF, no sentido de tentar promover a soltura de réus presos no curso da referida operação.


Fez parte dessa articulação o advogado SIGMARINGA SEIXAS, figura influente quando se trata, no governo, de indicações para os Tribunais Superiores. Nas conversas com JOSÉ EDUARDO CARDOZO, DILMA se refere à SIGMARINGA como "the old man".


Nesta primeira investida do planalto, em tentar alterar os rumos da Operação Lava Jato, salta aos olhos pela ousadia, o encontro realizado em 07/07/2015 (18 dias apos a prisão de MARCELO ODEBRECHET e OTÁVIO AZEVEDO) entre DILMA, JOSE EDUARDO e o Ministro Presidente do STF Ricardo Lewandowski, numa escala em Porto (Portugal) para supostamente falar sobre o reajuste das verbas do Poder Judiciário. A razão apontada pela presidência e absolutamente injustificável ate porque, na época, DELCÍDIO DO AMARAL, como Líder do Governo, era quem conduzia as negociações sobre o tema no Senado.


A razão principal do encontro, em verdade, foram os rumos da Operação Lava-Jato. Contudo, a reunião foi um fracasso, em função do posicionamento retilíneo do ministro Lewandowski, ao afirmar que não se envolveria.

2. SEGUNDA INVESTIDA DO PLANALTO

Em virtude da falta de êxito na primeira investida, mudou-se a estratégia, que se voltou, então, para o STJ. JOSÉ EDUARDO este em viagem institucional a Florianópolis, salva engano, em um final de semana, aproveitando o ensejo para conversar com o governador COLOMBO, de Santa Catarina. A ideia era indicar para uma das vagas do STJ o presidente do TJ/SC, Dr. NELSON CHAEFER.


Em contrapartida, o ministro convocado, o Dr. Trisotto, votaria pela liberdade dos Acusados MARCELO ODEBRECHT e OTÁVIO MARQUES DE AZEVEDO (ANDRADE GUTIERREZ). A investida foi em vão porque o Desembargador convocado Trisotto se negou a assumir tai responsabilidade espúria. Mais um fracasso de JOSÉ EDUARDO CARDOZO em conseguir uma nomeá-lo.

3. TERCEIRA INVESTIDA DO PLANALTO

Após os dois fracassos anteriores, rapidamente desenhou-se uma nova solução que passava pela nomeação do DR. MARCELO NAVARRO, Desembargador Federal do TRF, muito ligado ao Ministro e Presidente do STJ, Dr. Francisco FALCÃO. Tai nomeá-lo ao seria relevante para o Governo, pois o nomeado entraria na vaga detentora de prevenção para o julgamento de todos os Habeas Corpus e recursos da Operação Lava-Jato no STJ.


Na semana da definição da nova estratégia, DELCÍDIO DO AMARAL esteve com a Presidenta DILMA no Palácio da Alvorada, para uma conversa privada. DELCÍDIO e a Presidenta DILMA conversaram enquanto caminhavam pelos jardins do Palácio da Alvorada e DILMA solicitou que DELCÍDIO conversasse com o Desembargador MARCELO NAVARRO, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura do MARCELO e de OTÁVIO.


DELCÍDIO DO AMARAL, como Líder do Governo, participou diretamente dessas tratativas.


Conforme combinado, DELCÍDIO DO AMARAL se encontrou com o Desembargador MARCELO NAVARRO no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera, o que poderá ser atestado pelas câmeras do Palácio do Planalto. Nessa reunião, muito rápida pela gravidade do tema, o Dr. MARCELO ratificou seu compromisso, alegando inclusive que o Dr. FALCÃO já o havia alertado sobre o assunto. Dito e feito.

A sabatina do Dr. MARCELO pelo Senado e correspondente aprovação ocorreram em tempo recorde. Em recente julgamento dos Habeas Corpus impetrados no STJ, confirmando o compromisso assumido, o Dr. MARCELO NAVARRO, na condição de Relator, votou favoravelmente pela soltura dos dois executivos (MARCELO e OTÁVIO), entretanto, obteve um revés de 4 X 1 contra o seu posicionamento, vez que as prisões foram mantidas pelos outros Ministros da 5ª Turma do STJ. O teor da conversa que DELCÍDIO DO AMARAL teve com o Dr. NAVARRO foi transmitido, na ocasião, de imediato a presidenta DILMA e ao ministro JOSÉ EDUARDO CARDOSO

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