segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Falta de pagamento e críticas de servidores colocam na berlinda, o atendimento do UH saúde


Há mais de quatro meses, os 8.089 servidores municipais de Campos estão recebendo o atendimento do Plano UH Saúde. Durante este período, o número de reclamações sobre o serviço foi proporcional à insatisfação dos servidores que, sem serem consultados, foram obrigados a migrar do plano de saúde Ases para o UH.

As reclamações vão desde o atendimento inicial até a consulta médica. Os servidores se queixam da desorganização da nova prestadora contratada pela prefeitura, além da dificuldade em marcar exames, tanto na sede, de forma presencial, quanto por telefone.

Para se ter uma ideia do tamanho desrespeito com os funcionários públicos, no início deste mês, a professora Simone Barreto usou as redes sociais para criticar o plano. Segundo a educadora, ela esteve na sede do UH para buscar uma guia de internação para cirurgia e, após receber o documento com a data marcada, foi ao Hospital Escola Álvaro Alvim – local onde ia ser feito o procedimento. Lá, alegaram que o convênio com o plano UH Saúde havia sido cancelado.

Além de não ter se submetido à cirurgia, a professora ainda se indispôs com uma funcionária do plano, que confirmou que o UH não teria informado aos mais de oito mil assistidos que o contrato com o Álvaro Alvim havia sido encerrado.

Situação semelhante viveu Diony Barreto. A servidora conta que no plano UH Saúde ela também não consegue marcar exames ou consultas e sempre é mal atendida. “Quando preciso de autorização para os exames, chego lá as 6h30 (se eu não quiser gastar meio dia para o atendimento), fico esperando até as 8h30, para que abram as portas para o atendimento. Eu esperaria, até com prazer, se fosse bem atendida e saísse satisfeita. Mas não é o que acontece. Tenho enfrentado sérias dificuldades, assim como muitos outros servidores públicos”, desabafou.

Diony destaca ainda que, depois de muito tentar, ela finalmente conseguiu marcar um exame médico, que seria feito no Centrocor, no dia 7 de agosto. Contudo, poucos dias antes, secretárias da unidade ligaram para ela informando que esta clínica também suspendeu o atendimento para os usuários do UH. “Não estou aqui para questionar nenhum político. Estou apenas cobrando os meus direitos. O UH consegue ser pior que o SUS. No público, pelo menos, demora meses para fazer um exame, mas ninguém cancela o procedimento porque o SUS suspendeu atendimento. E agora devo voltar na sede do plano, tentar tudo de novo, como se tivesse tempo para isso. Eu trabalho! Não vivo de atestados e nem vou lá bater o cartão”, afirmou.

Um servidor municipal que trabalha na prefeitura de Campos há mais de 20 anos e que, com medo de sofrer represálias não quer se identificar, acusou a prefeitura de mandar os funcionários com o Plano UH Saúde a procurar o Hospital Ferreira Machado ou Hospital Geral de Guarus para serem atendidos. "UH e SUS são a mesma coisa. Aliás, tá arriscado o SUS estar melhor do que o UH ainda. É um absurdo o que a prefeitura de Campos está fazendo com a gente", declarou.

Procurado pela equipe de reportagem do jornal Terceira Via, o diretor superintendente do Hospital Álvaro Alvim, Dr. Luiz Eduardo Castro de Oliveira, disse que o atendimento médico, por meio do plano de saúde UH Saúde, realmente foi suspenso desde o início do mês de agosto - tendo em vista o não cumprimento de acordo referente a pagamento de serviços prestados pelo hospital. A suspensão visa não aumentar ainda mais a dívida do plano com o HEAA, podendo ser revista, assim que forem quitados todos os débitos.

Luiz Eduardo acrescenta que o Hospital Álvaro Alvim lamenta ter que tomar esta medida, mas depende deste repasse para continuar prestando um bom atendimento aos pacientes.

Já em relação ao Centrocor, funcionárias da clínica confirmaram que o convênio com o Plano UH Saúde também estão suspensos, desde o início deste mês, por falta de pagamento.

A equipe de reportagem do jornal Terceira Via esteve na sede do UH para saber o que eles tinham a dizer sobre o caso, porém a gerente do plano informou que todo e qualquer assunto que envolve contratos, inadimplência e convênios devem ser tratados com a assessoria da Secretaria de Saúde.

Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando as diferentes versões para um mesmo fato, o jornal Terceira Via entrou em contato por telefone e por e-mail com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, sem obter resposta. Ainda assim, o jornal aguarda e publicará versão dela para este fato.

Terceira Via.

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