O cantor e compositor Renato Russo (1960/1996) já dizia em um de seus poemas que quando se vê o mar existe algo que diz: a vida continua e se entregar é uma bobagem.
Na política há sim dois caminhos a seguir e um deles é o que nos leva ao reconhecimento por estar fazendo o bem de forma concreta.
Na última semana visitei -já tinha estado no local com o Prefeito Rafael Diniz- novamente no HGG (Hospital Geral de Guarus) para uma visita política e de averiguação das necessidades internas da unidade.
Um dos setores, o de atendimento pediátrico estava sem luz e os profissionais no escuro, iluminados apenas pela claridade emanada pelo aparelho que analisa exames e radiografias.
Nesse momento pensei e me veio à mente a praia. Motivo: ela é ainda um dos locais mais democráticos do mundo e assim deve ser as unidades públicas de saúde.
A praia recebe todos os dias pessoas de diferentes regiões, idiomas, classe social e de cor. Na praia o ato de mergulhar é democrático e só não se banha quem não quer.
Assim deve ser uma repartição pública: uma praia. A falta de iluminação no setor do HGG faz com que a praia fique interditada ou limitada de forma privada somente para alguns banhistas e isso causa exclusão.
Buscando resolver a questão a mim apresentada e sabedor das dificuldades encontradas pelo Prefeito Rafael Diniz, busquei, junto ao setor privado, a ajuda necessária para que o problema fosse solucionado de imediato, pois a praia e o banho de mar é direito de todos.
Essa relação da praia com o acesso ao que é público é necessário para que possamos entender que por muitos anos os serviços públicos foram agrupados para atenderem um seleto grupo de necessitados e os demais, não menos desfavorecidos, ficaram à deriva por questões meramente políticas. Tínhamos pequenas praias particulares.
Continuando a minha peregrinação por Guarus visitei umas das muitas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e constatei problemas similares. As dificuldades lá encontradas também foram solucionadas em parte com ajuda da iniciativa privada.
Isaac Newton (1643/1727) disse um dia que não sabia como o mundo lhe via, mas que se sentia como um garoto brincando na praia, contente em achar aqui e ali, uma pedra mais lisa ou uma concha mais bonita, mas tendo sempre diante de dele, ainda por descobrir, "O grande oceano de verdades".
Na qualidade de vereador não posso ficar apenas esperando o poder público atuar, pois na atual situação, o socorro pode demorar um pouco, em que pese os esforços da atual gestão para tirar a cidade da areia movediça.
Busco para o povo, a praia. Que ela seja, em um futuro bem próximo, bela, democrática, estruturada e plural.
O povo merece.
Cláudio Andrade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário