domingo, 29 de janeiro de 2017

Abrindo os olhos dos campistas


O escritor Russo Amadeus Hoffmann (1776/1822) já dizia que a humanidade é propensa a construir um toldo que a impeça de olhar para o céu.

O município de Campos dos Goytacazes está vivendo uma nova etapa de sua história. A nova gestão chega para tentar reconstruir uma cidade apequenada, destruída física e orçamentariamente falando.

A crise nacional e estadual laborativa chegou a Campos e isso é também responsabilidade dos gestores municipais que durante anos promoveram ações de cunho privado em detrimento à coletividade.

A Secretaria de Trabalho e Renda é um exemplo claro disso. Durante a gestão de Rosinha muito pouco foi feito para que os jovens e os inseridos em programas sociais pudessem ingressar no mercado de trabalho.

Esse desleixo fez com que a violência fosse um dos fatores predominantes, aliado é claro, ao consumo de entorpecentes e a briga entre facções.

O escritor Voltaire (1964/1778) já dizia que todos os homens são iguais. Não é o nascimento, mas sim a virtude, que os diferencia.

Na atual conjuntura não podemos avaliar de forma profunda a nova gestão. O legado deixado pela ex-governadora se aproxima de ‘restos mortais’ tamanha depreciação dos prédios públicos, como o da Secretaria de Educação e de Esportes, sem contar o descontrole financeiro oriundo de equivocadas operações financeiras.

As cobranças precisam ser feitas. Temos um prefeito escolhido em primeiro turno com mais de cento e cinqüenta mil votos e isso, por si só, já chancela o povo campista a questionar e demonstrar toda a sua ansiedade por transformações.

Contudo, o escrito Alan Paton (1903/1988) sempre disse que desistir de reformar a sociedade é desistir de suas responsabilidades como homem livre.

Na qualidade de vereador entendo que eu e os demais agentes públicos temos uma grandiosa responsabilidade com a sociedade campista que hoje corresponde a quase meio milhão de habitantes.

No entanto, necessário se faz, andar em pisos firmes para que as ações não sejam praticadas de forma inconseqüente e cause mais prejuízos ainda a uma população calejada e detentora de graves prejuízos sociais.

O romancista português Gonzalo Torrente (1910/1999) citava que o passado e o futuro não existem. Tudo para ele era presente.

No caso do município de Campos há um esforço contínuo para virarmos a página. Entretanto o legado macabro deixado por Rosinha nos obriga a ir e vir do passado e isso pode atrasar um pouco a redenção administrativa e social de nossa querida planície.

Cláudio Andrade.

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