Diante da crise moral e ética que assola o nosso país, o Instituto de Pesquisa Datafolha resolveu aferir os índices de aceitação das entidades, dos poderes e das siglas partidárias.
Na carona da informação, a imprensa e as redes sociais dividem a liderança em prestígio junto à população brasileira.
Segundo os dados da pesquisa realizada na segunda e terça última, 65% das pessoas entendem que a imprensa é uma instituição de muito prestígio. No caso das redes sociais, focando-se no quesito expressão (colocada pela primeira vez no questionário), a taxa de mérito social atingida foi de 63%.
Segundo o Datafolha, que entrevistou 2.842 pessoas em 172 municípios, estamos diante de um empate técnico, pois a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Na terceira colocação, aparece a Igreja Católica (citada com 55%) e as Forças Armadas mencionadas por 45%. Na ordem sequencial, ainda temos a Igreja Universal do Reino de Deus (35%), que aparece na frente do Poder Judiciário (34%).
Nessa lista de crédito com a sociedade brasileira, o último lugar foi para os partidos políticos, lembrados apenas por 18%, empatados tecnicamente com o Congresso Nacional, que figurou um ponto acima: com 19%.
Diante dos dados apresentados, é realmente vergonhosa a imagem que os partidos políticos e o Congresso Nacional (formado pelo Senado e Câmara dos Deputados Federais) passam para a sociedade.
O conceito de homem público e representante do povo está enlameado e não há, pelo menos por enquanto, uma luz no fim do túnel uma vez que todos os dias aparecem mais nomes envolvidos em inúmeros atos de corrupção.
Receio que os homens de bem, que praticam uma política de qualidade e proba, comecem a desanimar e deixem nas mãos dos larápios todos os cenários. Caso isso ocorra, (no país onde a honestidade começa a ser uma coisa fora de moda), estaremos diante de um caos imensurável e as chances de reversão serão ínfimas.
Outro ponto da pesquisa que merece nota é a posição do Poder Judiciário, qual seja, atrás das Igrejas Católica e Universal do Reino de Deus.
Com todo respeito às instituições religiosas, mas quando a sociedade passa a apostar somente na crença, dando relevância às orientações de padres, pastores e bispos em detrimento às decisões judiciais, podemos estar caminhando por um terreno de areia movediça.
O Judiciário, com todos as suas falhas e pautado nas relações sociais postas a julgamento, ainda é um reparador de injustiça, enquanto as Igrejas (pelo menos a maioria delas) pregam um conceito tradicional de vida e de conduta, não se atentando para a definição real e refletora da atual conjuntura ética e moral do nosso país.
Cláudio Andrade
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