quarta-feira, 9 de julho de 2014

FCJOL emite nota sobre o caso Ademilde Pacheco


Esclarecimento sobre o caso de Meningite

Patrícia Cordeiro (Presidente da FCJOL),

Informo a seu pedido, que o caso da nossa companheira Ademilde Pacheco, em principio suspeito para meningite, possa ser esclarecido à luz dos corretos protocolos do Ministerio da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde.

Esta paciente foi atendida por mim no dia 26/06, com quadro de evolução arrastada de vômitos, febre, dor de cabeça e rigidez na nuca que teve inicio há uma semana, logo em 19/06. No dia em que a vi, ela já estava saindo do isolamento, visto já ter tido mais de 24 horas de uso antibioticos.

Na analise preliminar dos exames, os principais exames foram negativos, mas na analise do Liquor cefaloraquidiano houve uma suspeita de que tivessemos uma meningite por bacteria. Neste caso, o mais correto é pegarmos as amostras, mandarmos para exames confirmatorios no Rio de Janeiro, os quais ainda não chegaram. A paciente está no HFM, teve uma piora leve por causa de uma suspeita de AVE (ela é hipertensa e diabética) mas por precaução foi para o CTI, mas se encontra bem.

Para a prevenção da meningite nas pessoas que tiveram contato com a Ademilde, não está indicado a vacinação, e sim a utilização de antibióticos de Bloqueio, que fazemos APENAS para quem tem contato intimo (leia-se contato intimo aqueles que dormem com o paciente ou o beijam na boca) e para os medicos e enfermeiros que atendem o paciente (e mesmo assim só os que fizerem algum procedimento invasivo, como intubação). Em relação a isso, fizemos os antibióticos por orientação da Secretaria de Estado da Saúde para as pessoas que tem contato em casa.

Vale lembrar que em 27/06 eu fui ao radio e comentei sobre este caso, ou seja no dia seguinte, nada foi escondido.

Agora, cabe o debate para que possamos acabar com alguns mitos em meningite, que fazem as pessoas muitas vezes se moverem pelo preconceito gerado pelo desconhecimento.

A bactéria da meningite não "voa", ela fica dentro de nós e sim nas nossas narinas, por isso que quando temos o tal contato intimo dito acima tomamos antibioticos para eliminarmos estas bacterias.
Não há transmissão indireta, isto é, se alguem teve contato com um caso suspeito, este não passa para outro em sua casa que não teve contato direto. Ex: Eu sou professor de uma escola que teve um caso de meningite, e vou para a casa e não passo para meus filhos.
O periodo entre o contato com a bacteria e o inicio de uma meningite é de 3 a 7 dias. Portanto, para uma pessoa que tenha chegado ao extremo de ter dormido com o paciente ou beijado na boca, esta iria ter a doença em um tempo maximo de 7 a 10 dias. Logo, se a doença começou em 19/06, já passou (e muito) o tempo para a contagiosidade.

Estou a disposição para mais esclarecimentos

Charbell Kury - diretor de vigilância em saude da Prefeitura de Campos.

Um comentário:

Anônimo disse...

PREZADO Dr CHARBEL
O SENHOR E DEMAIS AUTORIDADES ASSUMIRIAM AS RESPONSABILIDADES POR ESCRITO OU VAI FICAR FAZENDO APENAS EXPLICAÇÕES TECNICAS????