A eleição de Rafael Diniz com mais de cento e cinquenta mil votos é resultado de um misto de esperança, novidade, jovialidade e também, da herança administrativa incompetente e descabida deixada pela ex-prefeita.
Por outro lado, não podemos ser hipócritas ao ponto de achar que será simplório enfrentar os atuais problemas administrativos somente colocando a culpa no passado, em que pese ser ele, muito recente.
As máculas administrativas são enormes e a apreensão da sociedade por mudanças imediatas é natural e louvável. Como em 1888, quando a Princesa Isabel decretou a Lei Áurea, a população de Campos também se livrou no último dois de outubro, de um julgo escravagista tenebroso.
As auditorias, com prazo de noventa dias, decretadas pelo prefeito Rafael Diniz coincidem com o que eu ouso chamar de ‘tempo de casamento’. Após esse prazo, a meu ver exíguo, a população vibrante passará a cobrar ao executivo e ao legislativo algo palpável e precisamos estar preparados para essa contundente cobrança.
Não podemos esquecer que o ‘Pano Velho’ deixado por Rosinha e seu marido é extenso, retalhado, mofado e cheio de desalinhos que prejudicam os novos gestores e toma tempo precioso dos secretários diante da recusa vergonhosa de se fazer uma transição democrática e responsável.
A confecção do pano novo está sendo feito no escuro. As rendeiras estão alinhavando o tecido em salas onde sequer sabem onde fica o interruptor. Por isso, para que o pano novo seja criado e colocado à mesa do município há um caminho árduo a ser percorrido.
Essa dificuldade foi plantada de forma metódica pela gestão passada. Após destruir a saúde do município, deixando hospitais sem insumos, polos de PSF abandonados e o setor odontológico exterminado os algozes assistem pelas frestas das portas o povo campista temeroso e clamando por uma saúde de qualidade não implantada nos últimos oito anos, em que pese os bilhões de orçamento.
Acredito que o Pano Novo vai sair e na qualidade de vereador irei trabalhar com afinco para que isso seja concretizado o mais rápido possível. O momento é de esperança e expectativa, mas, sobretudo de cautela, pois não podemos avançar sem que haja um piso seguro para pisarmos.
Como bem dizia o poeta Fernando Pessoa: “Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso”.
Avante!
Cláudio Andrade