O Instituto Lula abriu nesta terça-feira, 18, a lista completa das empresas que contrataram palestras do ex-presidente da República desde 2011. A medida foi tomada depois que Lula solicitou ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem a violação de sigilo de sua empresa, LILS, segundo nota à imprensa divulgada pelo Instituto Lula.
No último fim de semana, a revista Veja publicou dados sobre o faturamento da LILS, que leva as inicais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parte desse faturamento, quase R$ 10 milhões, teria origem em pagamentos de empreiteiras que são alvo da Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobrás. Os dados constam de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão de inteligência do Ministério da Fazenda.
Nesta terça-feira, 18, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) acionou a Polícia Federal para abrir inquérito sobre o vazamento. Para o Instituto Lula ‘a violação atinge não só um ex-presidente da República mas toda a sociedade brasileira’.
Ao tornar pública a lista das empresas, o Instituto ressaltou. “Em sinal de respeito à sociedade brasileira, que merece receber informações corretas e verdadeiras, divulgamos a relação das empresas e instituições que, desde 2011, contrataram palestras do ex-presidente Lula no Brasil e no exterior por meio da empresa LILS Palestras e Eventos Ltda”, diz a nota do Instituto Lula.
A entidade afirma que a atividade do ex-presidente ‘é legítima’, exercida por Lula ‘desde que deixou a Presidência da República, a exemplo de outros ex-presidentes do Brasil e de outros países, e personalidades de destaque como esportistas, artistas, jornalistas, cientistas’.
De 2011 até hoje, segundo o Instituto, Lula fez 70 palestras contratadas por 41 empresas e instituições, ‘sendo remunerado de acordo com sua projeção internacional e recolhendo os devidos impostos’.
No mesmo período, o ex-presidente participou, gratuitamente, de mais de 200 conferências, palestras e encontros promovidos por sindicatos, movimentos sociais, partidos, governos e instituições multilaterais, no Brasil e no exterior, ‘sempre em defesa dos interesses nacionais, da paz mundial, estimulando o combate à fome e à pobreza’.
“Mesmo se tratando de contratos que preservam a privacidade das partes, julgamos necessária sua divulgação neste momento, para esclarecer distorções, manipulações e prejulgamentos em torno dessa atividade e das empresas contratantes, como vem ocorrendo por meio de reportagens, artigos e até editoriais na imprensa”, acentua a nota do Instituto Lula.
Segundo a entidade, as palestras de Lula foram contratadas por algumas das maiores e mais respeitadas empresas de vários setores econômicos, do Brasil e do mundo. Por exemplo: Microsoft, Itaú, Infoglobo, Santander, Ambev, Telefónica, Iberdrola e Telmex.
“O ex-presidente Lula e a empresa LILS solicitaram ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem, na competência de cada instituição, as responsabilidades pela violação criminosa do sigilo bancário da LILS, violação que atinge não só um ex-presidente da República mas toda a sociedade brasileira.”
LISTA DAS EMPRESAS QUE CONTRATARAM PALESTRAS DE LULA ENTRE 2011 E 2015:
. ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industriais
. Associação de Bancos do México, . Abras – Associação Brasileira de Supermercados
. ALL América Latina Logística, Ambev, Andrade Gutierrez, Banco Santander, Bank of America, BBVA Bancomer, BTG Pactual, Camargo Corrêa, Centro de Estudos Estratégicos de Angola, CFELG – Centro de Formacion y Estudios en Liderazgo y Gestion (Colômbia)
. Cumbre de Negócios (México), Dufry do Brasil, Elektra, Endesa, Gás Natural Fenosa, Grupo Petrópolis, Helibrás, Iberdrola, IDEA (Argentina), INFOGLOBO, Itaú BBA
. LG, Lojas Americanas, Microsoft, Nestlé, OAS, GDF Suez Energy Latin America, Odebrecht, Pirelli, Queiroz Galvão, Quip, Revista Voto, Sinaval, Telmex, Telos Empreendimentos Culturais, Terra Networks, Tetra Pak, UTC.
Estadão.