Pelo visto Rosinha deixou muitos atropelos administrativos para serem assumidos pelo prefeito eleito Rafael Diniz.
A ex-governadora conseguiu, com o apoio de sua equipe de vereadores, reajustar a tarifa de água/esgoto em 15,28% contra uma previsão de IPCA de 6,4% em 2015.
A informação está no Diário Oficial de vinte e um de dezembro de 2016, na página quatro e pelo visto, passou despercebida.
Essa tarifa vai entrar em vigor a partir de janeiro de 2017. Importante dizer, que, a conta mínima de água (10 m³) passou de R$ 31,99 em 2016 para R$ 36,88 e o valor da tarifa mínima de esgotamento sanitário também será de R$ 36,88.
Vale destacar que a discrepância é enorme, pois 2009 era de R$ 15,90. Com os generosos reajustes concedidos para o ano de 2017, a ex-governadora autorizou que as tarifas de água e esgoto no período compreendido de 2009 a 2016 tivessem aumento de 131,94% contra um IPCA acumulado no mesmo período de 65,25%, ou seja, um aumento que supera em dobro o da inflação.
Essa situação é um exemplo clássico da importância de uma Câmara de Vereadores firme e antenada aos interesses da população.
Não restam dúvidas de que ajustes são sempre necessários quando há, anteriormente, estudo de impacto social. Através dele, podemos averiguar o custo benefício de se dar ao já sacrificado cidadão, mais encargos, enquanto suas remunerações se encontram congeladas ou com acréscimos que não vencem a inflação.
A perda do poder aquisitivo é outro fator que precisa ser analisado todas as vezes que nos encontramos diante dos anseios do poder público e o impacto desses interesses na mesa do cidadão.
Os vereadores que compõem a nova Casa do Povo precisam estar atentos a essa matemática complexa. Há sempre detalhes a serem trabalhados que podem favorecer tanto o poder público quanto o cidadão contribuinte.
O meio termo é sempre encontrado quando se tem o pensamento voltado na política macro. Ela, uma vez praticada, faz com que os vereadores possam atender aos anseios do Poder Executivo, sem que haja um sacrifício extremo para a população.
O vereador serve de ponte que liga os anseios do povo com o Poder Executivo. Quando o caminho é inverso, ou seja, quando o edil é porta voz do prefeito, o trato com o assunto é delicado, pois não há como prejudicar a sociedade para satisfazer uma mensagem executiva.
A palavra nesse momento de crise se chama ‘equilíbrio’. Tantos os vereadores quanto o prefeito precisam estar em sintonia para que a administração possa ser tocada, sem que haja um impacto social que gere rejeição e desgaste para os vereadores e para o prefeito.
Cláudio Andrade