“Nós costumamos tratar melhor as pessoas a quem conhecemos pouco, e mais: que nos dão pouca bola”. Segundo Danuza Leão essa é a nossa conduta diária diante do próximo.
Na vida devemos sempre ter prioridades. Faz parte do jogo organizado da vida escolhermos metas a serem cumpridas. São fases que uma vez ultrapassadas, no tempo certo, conduzem fatalmente ao sucesso.
Nas relações humanas faço uma leitura diferente. Mesmo existindo pessoas que estejam dentro de um contexto competitivo, são seres humanos e, simplesmente por isso, necessitam de um tratamento diferenciado.
Nossos pais, maridos, mulheres e algumas vezes, os filhos, são deixados de lado em nome de uma emergência eleita por nós ‘cegamente’. Nem mesmo sabemos bem se aquilo é realmente uma prioridade para a nossa vida.
Coisas deliciosas que sempre nos fizeram bem há anos e foram ensinadas por nossos pais, se esvaem em meio as nossas prioridades. Um telefonema para desejar boa noite e um abraço antes de ir para o trabalho são coisas simples, mas ‘regam’ o coração.
Infelizmente trocamos as pequenas e deliciosas coisas que a vida proporciona por objetivos ‘faraônicos’ que, podem ser conquistados, mas deixam um ‘rastro’ de saudade imensa. Saudade dos tempos em que o colo dos pais afastava os medos e nutria nossos corações de força, tranqüilidade e segurança.
A certeza do amor dos pais nos traz acomodação. Sentimento perigoso, pois muitas vezes são eles que clamam por aconchego e carinho. Outras vezes eles, os pais, são cruéis, duros e frios. Fazem isso, na maioria das vezes por impulso. Mesmo magoando, assumem o risco em nome de sua autoridade.
A possibilidade de poder andar, enxergar e falar são dons que não creditamos no rol da sorte. Quando perdemos esses privilégios da natureza humana, derramamos lágrimas de ‘sangue’ para tê-los de volta. São prazeres nunca antes agradecidos e que infelizmente se vão sem um aceno sequer.
Reconhecer o que já possuímos é algo primordial para que tenhamos paz de espírito. Buscar novas conquistas é um direito de todos nós, mas se faz necessário ao ‘comer a sobremesa, agradecer sempre pelo prato principal’.
Postado por Cláudio Andrade/23 horas e 31 minutos.