domingo, 20 de maio de 2012

O legado de Sérgio Diniz

Foto: Silésio Corrêa.

Quando queremos lembrar das pessoas que já morreram temos o péssimo hábito de absolvê-las pelas suas falhas enquanto vivos. Falta de caráter, delitos, desvios de conduta, tudo é esquecido como se o óbito redimisse todos de tudo que fizeram durante a permanência terrena. 

Por outro lado, algumas pessoas morrem e deixam saudades. Colocam no coração de todos sementes construtivas, afinal é a presença física que desaparece e muitas vezes nos deixa órfãos. A partida de alguém sempre dói, para uns é dilacerante e para outros pode até não gerar um comentário sequer. 

A morte de Sérgio Diniz é emblemática e retrata bem como a morte às vezes é bem sem vergonha, afinal, muitas vezes retira do seio terreno pessoas que mesmo passíveis de erros possuíam um ativo digno e respeitável. 

Sérgio era um homem assim. Indignado com a política rasteira, leitor voraz, flamenguista apaixonado, parte integrante da biblioteca da Candido Mendes, ex-parlamentar e um bom amigo de instituição. 

Nas milhares de vezes, nesses dez anos de trabalho juntos, que nos encontrávamos nas rampas da Candido ele sempre me abordava curioso para saber os últimos acontecimentos da política local e, claro, ansioso por mudanças. 

A Cândido Mendes, sua segunda casa estará sempre mais escura, a biblioteca mais vazia e a sala de café da “tia Bel” perde um pouco do seu charme. 

Diniz deixa saudades não só pela morte repentina, mas por ser do bem. O mundo hoje tem tanta gente ruim pregando a discórdia de forma deliberada que a saída de cena de Sérgio deixa a hipocrisia em vantagem, afinal Diniz tinha seus erros, mas sempre foi um homem de pensamentos claros que, mesmo não concordando com ele em algumas ocasiões, o respeitava pelo seu histórico. 

Não restam dúvidas de que Sérgio Diniz será sempre visto na Cândido. Seus passos serão imortalizados rumo ao saber e os seus ensinamentos serão alicerce para o futuro de muitos jovens que ainda sonham os meus sonhos de Sérgio Diniz. 

Cláudio Andrade

3 comentários:

Verléia disse...

Boa tarde Professor Cláudio Andrade.
Excelentes palavras em relação ao Respeitável Professor Sérgio Diniz. Concordo com suas declarações sobre o Mestre Diniz e acrescento que a UCAM-CAMPOS tornou-se menos poética.

Anônimo disse...

Prezado Claudio,

Obrigado pelas carinhosas palavras.

Abs,

Felipe, Rafael, Rodolfo e Beatriz Diniz

Renata disse...

Meu amigo Claudinho,

Com certeza foi um dos melhores mestres que conheci. Suas aulas eram implacáveis na era da compreensão do mundo. Muitas saudades deixará na Candido. Esse fazia a diferença.

Renata Mota