terça-feira, 7 de maio de 2013

São João da Barra intensifica programa de melhoramento genético em gado leiteiro‏




Ampliar o rebanho inseminando, artificialmente, o gado de leite. Essa é a principal ação do Programa de Melhoramento Genético do Gado Leiteiro que é realizado pela prefeitura de São João da Barra, através da secretaria de Agricultura. Com a inseminação, o pecuarista terá a possibilidade de melhorar a qualidade do gado e aumentar a produção de leite. O município, que já tem apelo natural no cultivo e que é o primeiro produtor de maxixe e o segundo de abacaxi no Estado do Rio de Janeiro, também é o único do interior que oferece o serviço gratuito as vacas dos produtores.

Só neste ano, foram 30 vacas inseminadas e já contam nove bezerros nascidos. Economicamente o programa é muito rentável para o pecuarista, pois possibilita o aumento na produção de leite ao mesmo tempo em que reduz gastos com a manutenção de um touro reprodutor no pasto.

De acordo com o secretário de agricultura, Pedro Nilson Alves Berto, o programa surgiu ainda no governo da ex-prefeita Carla Machado e está sendo intensificado na atual gestão. Para o prefeito José Amaro de Souza (Neco), o governo ampliou a disponibilização de mais recursos com a finalidade de aumentar o número de vacas inseminadas. “Além disso, ações de acompanhamento como medição do animal e condições nutricionais estão sendo melhoradas, pensando no manejo do bezerro”, disse Neco.

- Não adianta apenas ter o bezerro de qualidade nascido, pois a carga genética não aflora se o animal não tiver todas as condições de manejo adequadas. Por isso, é importante acompanhar sistematicamente o bezerro para que sua carga genética possa aflorar e produzir mais leite. Isso se consegue ao observar as condições do pasto e as condições de alimentação do animal, entre outros. – declarou o secretário.

Os pecuaristas da região podem solicitar a inseminação do seu animal junto à secretaria de Agricultura do munícipio. No entanto, é preciso que a vaca a ser inseminada já tenha precedentes de produção leiteira, pois de acordo com o inseminador artificial, Jhony Gonçalves “não é compensatório inseminar uma vaca cuja produção leiteira não seja tão boa”.

O pecuarista Edivaldo Gomes é proprietário de dois animais frutos de inseminação artificial: a vaca Palmeira e a bezerra Nobreza, além disso, outras quatro vacas já foram inseminadas, através do programa. Edivaldo está muito satisfeito e declarou que o programa tem sido muito importante para os produtores da região.

- O programa tem sido ótimo. É uma oportunidade que nós pecuaristas temos de aumentar o rebanho e a produção de leite, reduzindo os custos da manutenção de um touro reprodutor. – disse Edivaldo.

A equipe técnica da prefeitura, responsável pela inseminação das vacas, realiza o procedimento na propriedade do pecuarista e acompanha o animal até o nascimento do bezerro. Após o nascimento, o animal recebe acompanhamento técnico e veterinário, a equipe vai à propriedade quinzenalmente com o intuito de fazer a biometria dos animais, observar as condições nutricionais, fazendo recomendação de alimentação adequada e também a sanidade animal, aplicando as vacinas necessárias. A equipe é coordenada pela veterinária Aline Mineiro.

Antes do procedimento, os pecuaristas recebem orientações sobre como a técnica é feita e como deve ser observado o cio da vaca, pois o programa trabalha com a inseminação convencional, aquela que espera o animal entrar no cio. Pedro Nilson ressaltou também que o treinamento da equipe técnica é muito importante e, por isso, eles estão em constante reciclagem e capacitação.

Os sêmens, utilizados no Programa de Melhoramento Genético em Gado Leiteiro, são oriundos de uma central de Uberaba e são de touros compatíveis com a necessidade da região, capazes de se adaptar ao clima tropical e que sejam crias de vacas leiteiras. Uma das ações futuras previstas pela secretaria de Agricultura será ampliar o programa também para o gado de corte.

Entenda os benefícios da inseminação artificial em bovinos – O processo de inseminação artificial é uma técnica de reprodução assistida que consiste em depositar o sêmen do touro no útero da vaca, através de um aplicador, durante o período fértil. É um método de reprodução muito empregado em rebanhos bovinos por todo mundo, devido à possibilidade de usar touros provados para a produção de leite, o que melhora a genética do rebanho e, consequentemente, aumenta a produção de leite.

A tecnologia é muito utilizada por grandes pecuaristas, mas também pode ser adotada em propriedades de pequeno porte. Além da melhora do rebanho, outra vantagem é ter um controle maior das doenças, quando o processo é associado a técnicas de manejo das pastagens e do gado. No Brasil, a inseminação em bovinos foi introduzida em 1970, no entanto, o quantitativo de fêmeas inseminadas em idade reprodutiva ainda é muito pouco se comparado a outros países como Holanda, Japão e Estados Unidos.

A inseminação pode ser mais lucrativa do que manter o touro na propriedade, pois a manutenção do animal requer muitos cuidados. Características anatômicas ou fisiológicas podem causar infertilidade ou simplesmente deixar o touro desinteressado na monta. Com a técnica, o produtor reduz gastos com a aquisição de novos reprodutores e também não há gastos com o animal na propriedade.

Outra etapa importante na técnica de inseminação é a preparação do profissional que irá trabalhar com o rebanho, pois ele precisa estar atento ao cio das vacas. No Brasil, existem diversos cursos que são oferecidos pelas centrais de inseminação.

As informações são da Assecom da Prefeitura de SJB

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