Os bastidores na Câmara dos Vereadores de Campos estão cada vez mais impróprios para menores. Segundo fontes dessa Coluna, o grupo político que administra a prefeitura está desesperado com a possibilidade da abertura de uma determinada CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
Trata-se da CPI que visa debater a auditoria interna contábil, realizada a pedido de Rosinha e feita no período compreendido entre o dia 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2012.
Durante esse tempo, a Prefeitura de Campos, por intermédio das empresas DTVM, Orla, Quantia e Atrium, realizou operações de compra e venda de títulos públicos federais.
Essa CPI, que visa investigar as operações, seria proposta pela Oposição com a colaboração dos vereadores que estão na fase do purgatório. Ela teria como objeto, a ausência física de quase R$ 110 milhões dos cofres públicos, detectada pela auditoria e até hoje ignorada pela prefeita Rosinha.
Diante desse risco iminente, o presidente da Casa do ‘Povo’, o médico Edson Batista pretende requerer, de forma antecipada, com anuência dos vereadores da base governista, algumas CPIs para impedir que a CPI da Oposição seja instaurada.
A tática de Edson é boa e pode fazer com que o debate sobre a auditoria interna seja prejudicado e a Oposição tenha que tomar outras medidas para que o assunto não seja esvaziado.
Vale ressaltar que a Lei Orgânica do município não limita o número de CPIs, porém a propositura de cinco CPIs pela Situação poderá inviabilizar outras propostas, nesse caso, pela Oposição.
Isso envolve, inclusive, a composição das futuras comissões, pois ao dividir os membros para analisar os pedidos de CPI, a Oposição sairá perdendo.
Na verdade, a Situação - que administra o Executivo e manda em grande parcela dos integrantes do Legislativo campista - sentiu o golpe da debandada dos vereadores. Aqueles parlamentares, antes fieis e mansos, e que agora buscam a purificação.
Para os que não sabem, basta a assinatura de nove vereadores para que uma CPI seja instaurada e isso têm sido o maior receio de Rosinha e seus súditos.
Pelo visto, esse assunto será o tema da semana, pois o vazamento da manobra de Edson Batista pode expor, de uma vez por todas, as fraturas internas de uma administração que além de perder o rumo das finanças, não está conseguindo manter o grupo político unido.
Não podemos esquecer de que a meta do homem público é não ser gentil o tempo todo, mas agir com correção.
Essa manobra visando criar CPIs de objetos frágeis e com o intuito de privar a sociedade das informações relacionadas ao dinheiro público - no caso específico, uma ausência de quase R4 110 milhões - é merecedora de repúdio.
Vamos aguardar o circo das CPIs e o que de relevante elas poderão trazer para os sofridos contribuintes campistas.
Cláudio Andrade
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