Por Cláudio Andrade.
Os Royalties do petróleo sempre foram debatidos sob dois primas: o primeiro quanto a sua característica de mantenedor vitalício de centenas de municípios. E, no segundo viés, como a sua aplicação ocorreu ao longo de anos e anos de administrações públicas?
Grande parcela dos municípios não se preparou para não serem dependentes crônicos dos repasses dos royalties e participações especiais. Não se estruturaram e fizeram dessa vultosa, mas finita verba, o baú eleitoral e político, onde a destinação da aplicação sempre foi de acordo com a conveniência partidária daqueles que queriam se eleger.
O jornal O Globo do último domingo (20/05) trouxe, na página quatorze, uma matéria noticiando que os municípios serão novamente abastecidos de forma considerável pelos Royalties. Segundo a matéria, o barril do petróleo rompeu a barreira dos oitenta dólares, o que não acontecia há quatro anos.
A notícia poderia ser comemorada de pronto se junto a ela não viesse um dos mais terríveis problemas que assolou as administrações públicas beneficiadas com o ‘ouro negro’: a má aplicação.
O princípio básico da aplicação dessa verba deveria se destinar a estruturar os municípios, gerar empregos e modernizar a cidade, para quando esse recurso finito desaparecer, se possa começar a andar com as próprias pernas.
O município de Campos, por presunção, após ler a matéria, volta ao cenário como um grande recebedor de royalties e isso faz com que voltemos a ter esperança que as ruas esburacadas, os matos crescentes nas vias e a crise sistêmica na saúde, possam ser reduzidos aos patamares normais de um município com quase quinhentos mil habitantes e com dimensões territoriais enormes. Sem contar que poderemos ter novas portas de emprego sendo abertas.
A notícia de O Globo precisa ser comemorada pelos agentes públicos locais. Com o aumento dos repasses e com criatividade (ainda pouco exercitada) o executivo poderá dar uma guinada rumo à prosperidade que tanto é desejada pela população.
O município de Campos dos Goytacazes não pode ser dividido por cores. As rosas querendo o pior para manter vivo líderes políticos retrógrados e falidos e os verdes, sonhando com o amadurecimento da 'fruta administrativa'.
Nosso município precisa de um choque e isso poderá ocorrer nos próximos meses. Afinal, o término de uma obra é medido pela quantidade de dinheiro. Com pouco, uma construção se arrasta por anos a fio, mas com dinheiro ela chega ao seu término em questão de meses.
Campos dos Goytacazes pode voltar a sorrir, pois a “obra” parada por falta de dinheiro poderá voltar a andar, afinal os recursos generosos estão voltando para a alegria do prefeito, dos secretários e, lógico, do principal beneficiário, o povo campista.
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