segunda-feira, 28 de maio de 2018

A crise daquilo que não vemos



Por Cláudio Andrade.

A paralisação dos caminhoneiros apresentou para o povo brasileiro a enorme fratura que possuímos quando estamos falando do escoamento de nossos produtos e do ir e vir da prestação de serviços.

Todos os governos da história recente de nosso país abandonaram o investimento nas linhas férreas que cortam todo o nosso território de dimensões continentais.

Caso tivéssemos políticos com visão essas linhas de trem já estariam em funcionamento e todo o nosso gasto nas estradas seriam amenizados. Menos acidentes, tributos, taxas, rebites, assaltos e assassinatos. Tudo isso em menor escala se utilizássemos os trens.

Todavia esse não é o tema central. O grande lance que gerou essa paralisação e que irá ser motivo para muitas outras é a quantidade indecente de tributos que pagamos para o governo federal, estadual e municipal sem que não consigamos, na prática, vislumbrar aonde eles são utilizados.

Ruas esburacadas, mato alto nas pistas, postes caindo, hospitais públicos em frangalhos, iluminação pública caótica, homicídios minuto a minuto transformam nosso cotidiano mais duro e desanimador.

O brasileiro não aguenta mais pagar e não ter contrapartida. O cidadão vê, todos os anos, vários meses sendo subtraídos de sua vida, pois são derretidos com o pagamento do chamado “quinto dos infernos”.

A ação dos caminhoneiros é justa e só obteve uma posição, ainda que ‘capenga’ do governo federal, por ter atingido a coluna vertebral da população, ou seja, comprometeu o ir e vir do povo e a alimentação de todos independentes de nível social, mesmo em gradação diferente.

A saúde e a educação já estão sendo castigadas há anos, logo continuam onde sempre estiveram, ou seja, no limbo.

Com bem disse o escritor inglês Lewis Carroll (1832/1898): “tudo tem uma moral, basta encontra-la”.

Vamos aguardar qual será a moral dessa paralisação e os efeitos práticos dela no cotidiano dos contribuintes brasileiros.



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