Jornal Terceira Via
A presidente Dilma Rousseff terá três candidatos ao Governo do Estado do Rio de Janeiro ao seu lado: Lindbergh Farias (PT), Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Anthony Garotinho (PR).
Além disso, Pezão, atual governador do Rio, oferecerá palanque a Aécio Neves; uma manobra que lhe garante mais tempo de televisão. Lindbergh, por sua vez, oferece palanque a Eduardo Campos.
Garotinho, que sempre “encheu o peito” para dizer que todas as demais administrações são pecaminosas e passíveis de contestação, agora, por questão de sobrevivência, guardará a sua “língua afiada”.
O seu silêncio saiu barato e custou para a cúpula petista apenas um minuto, que é o tempo do ‘Pros’, sigla que a Dilma e o Lula deixaram apoiar Garotinho no âmbito estadual.
Ao tomar ciência dessas articulações e indignado com o espaço que o mineiro Aécio terá no palanque de Pezão, o prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que é aliado de Dilma, apelidou essas surreais alianças de "bacanal eleitoral".
Confesso que essas articulações não me surpreendem. Todos esses atores são manjados e já desrespeitam os respectivos eleitorados há décadas. Não há ideologia e sim, mercancia.
O repugnante dessa história é o cinismo desses homens que, diante de públicos cooptados de diversas e inconfessáveis maneiras, aplaudem, gritam e até gemem, se for preciso, para cativar ou simular apreço pela massa dependente.
O Estado do Rio de Janeiro terá candidatos com discursos idênticos. Garotinho que lançou Pezão para vice de Cabral será, agora, seu adversário.
Lindbergh, que teve seu grupo político enraizado na gestão de Cabral, agora é contra a administração em que seus aliados trabalharam.
Nesse contexto, teremos todos contra todos, em lados opostos no cenário estadual, mas defendendo o mesmo Sistema político na esfera federal. São todos eles até morrer: Dilma Roussef.
O tema sobre o qual discorro não interessa ao Sistema e não será acessível a quem, por questão de sobrevivência, não consegue viver sem uma benesse, um cheque, uma bolsa ou um vale.
Teremos um pleito eleitoral com figuras manjadas que estão de volta, pois não foram exigidas tampouco estudadas com afinco.
Em tempo de Copa do Mundo, poderíamos dizer que se trata de um elenco batido, com estrelas que já deram o que tinham que dar.
Todavia, pela total incapacidade de criar novos craques, teremos uma disputa com velhos atacantes.
No mês de outubro, não esperem nada de surpreendente, pois os candidatos e seus bacanais não almejam nada muito moderno.
Garotinho quer ser presidente, Pezão quer ser o governador no ano das Olimpíadas e Lindberg anseia continuar com a sua Síndrome de Peter Pan.
Cláudio Andrade.