O Bispo Edir Macedo resolveu por meio de seus seguidores mover diversas ações judiciais em face da Folha de São Paulo e da jornalista Elvira Lobato. Os autores alegam que sofreram preconceito religioso e extrema dor moral devido às matérias jornalísticas publicadas pelo periódico do Estado Paulista.
Até o presente momento, existem em trâmite pela Justiça, cinqüenta e seis ações. Muitas delas movidas em localidades onde o periódico em questão não circula.
Ë evidente que por trás de todas essas demandas judiciais, existe o cunho religioso. A Igreja Universal, por meio de suas lideranças, convocou seus irmãos para defenderem em juízo, sob o manto contestável da fé denegrida, os ditames da Igreja.
Importante ressaltar que os meios de comunicação têm como uma de suas funções a investigação, resguardando inclusive a fonte. Graças à imprensa livre podemos aperfeiçoar nossas opiniões e sermos capazes de entender as nuances políticas, jurídicas e sociais que alteram constantemente nosso cotidiano.
Caso as ações da mídia causem danos a quem quer que seja, cabe ao supostamente lesado acionar o Judiciário. O que não pode ocorrer, de forma alguma, é a limitação do poder investigativo da mídia. Ela vive da coleta de informações e se a imprensa incomoda, não é reduzindo seu campo de atuação que resolveremos a problemática dos moralmente ofendidos.
Devemos defender uma imprensa livre e imparcial. O Bispo Edir Macedo é um homem público e só esse fato já é o bastante para que as suas atitudes sejam objeto de questionamentos de toda espécie. Como ele conseguiu comprar uma emissora de Televisão e transformá-la na segunda maior do país? Essas e muitas outras polêmicas não podem ser respondidas com fé e pregações.
O Bispo Edir Macedo é proprietário de dois jornais, quarenta emissoras de rádio, vinte e três emissoras de televisão (repetidoras) e dezenove empresas em nome de trinta e dois membros da Igreja. Para um ex-funcionário da Loterj não é um salto econômico digno de uma investigação rigorosa da mídia? No mínimo, uma aquisição de poder curiosa.
Caso as investigações tenham resultados diferentes da realidade, basta que em juízo as documentações referentes a esse império de comunicação sejam apresentadas. A imprensa, estando equivocada, ou mesmo errada, deverá conceder o direito de resposta, que é a mais pura demonstração de um país democrático, de imprensa livre e que respeita a Constituição.
POSTADO POR CLÁUDIO ANDRADE/13 HORAS E 42 MINUTOS.