Jornal Terceira Via
Por Cláudio Andrade
Já está sacramentado pelo Deputado Federal Anthony Garotinho (PR/RJ) e por Rosinha, Prefeita de Campos dos Goytacazes, o nome de Paulo Hirano (ex-secretário de Saúde deste município e vereador eleito em outubro de 2012) para líder do Governo na Câmara de Vereadores. Ele será o representante do Poder Executivo em nossa cidade.
Tal nome não enfrentou disputa interna. Bem diferente da luta ferrenha travada para a composição da Mesa Diretora da Casa do Povo. Esta, até o presente momento, será composta pelos Vereadores Edson Batista (PTB) como Presidente; Magal (PR) como vice; Professora Auxiliadora (PHS) como segunda vice; Gil Vianna (PR) como Primeiro Secretário e Tiago Virgílio (PTC) como segundo secretário.
A escolha de Paulo Hirano como líder do Governo muda a linha de trabalho na liderança de governo. O até então líder, Jorge Magal, trabalhou de forma um tanto quanto radical, orientando o veto a praticamente todos os pedidos de informação oriundos da Oposição, inclusive os simples. Muitos desses requerimentos eram relacionados a questões corriqueiras da Administração Pública e que poderiam ser respondidos sem qualquer desgaste.
Ao frequentar as sessões da Câmara, diante dos embates acirrados entre situação e oposição, observei que antes do veto, a análise devida de seus requerimentos nem sempre era feita com razoabilidade. Isso fez com que os vereadores da situação se tornassem componentes de um “rolo compressor” em que tudo era vetado independentemente de se tratar ou não de pedido meramente necessário ao conhecimento da sociedade.
Segundo informações recebidas por esta coluna, o médico/vereador Paulo Hirano terá uma postura democrática e tentará analisar com traquejo os pedidos oriundos dos vereadores de Oposição em Campos. Provavelmente, Hirano terá conduta mais acessível do que a de Magal. Mesmo seguindo à risca as orientações de Garotinho e de Rosinha, os pedidos de informação feitos pelos vereadores (que não compõem a Base) terão maiores chances de aprovação. Caso isso ocorra, ganham o Governo Rosinha e a sociedade, a qual escolheu seus vereadores para representá-la e fiscalizar o Executivo e jamais para ser uma extensão do CESEC (sede administrativa do município).
Vale ressaltar que os inúmeros pedidos de requerimento, que foram feitos nas sessões da Câmara, relacionavam-se a questões envolvendo a Secretaria de Saúde, como a falta de medicamentos e de leitos e a falha na marcação de consultas. A maioria foi vetada. No entanto, em breve, o líder do Governo será o ex-titular da pasta da Saúde.
Por outro lado, a escolha de Hirano pode ensejar um foco relevante em sua gestão: a grande probabilidade de os textos dos requerimentos da oposição serem consubstanciados nos problemas da área mais delicada do Município (saúde), o que pode ser desgastante para o novo líder. Mas a escolha de seu nome pode ter sido estratégica a fim de barrar os pleitos direcionados a tal área. Hirano poderá ser o porta-voz da Secretaria de Saúde. Afinal, não haverá sequer um pedido de explicações, voltado à área de saúde, que não seja de seu conhecimento uma vez que figurou como secretário por alguns anos.
Esperamos que Paulo Hirano cumpra seu mister de forma democrática e que, mesmo orientado por seus líderes políticos, não se desvincule da identidade de um verdadeiro representante do povo. Que ele seja criterioso na análise dos requerimentos feitos para que a Oposição o respeite como líder e não como personagem de encaixe na nova legislatura municipal.
No mais, desejo sucesso aos novos vereadores e que a próxima legislatura seja exercida com afinco e respeito à sociedade, focada sempre no bem comum.