O artigo 81 da Constituição da República é claro sobre o que aconteceria se Temer perdesse o mandato: assumiria o presidente da Câmara Rodrigo Maia. E o Congresso Nacional teria 30 dias para promover eleições indiretas, pois já transcorreu mais da metade do mandato.
A classe política passa por uma ruptura moral e ética nunca vista antes. As ruínas partidárias foram espalhadas pelo solo pátrio e não há como reverter isso. Precisamos ir até o fundo do poço.
Quando teremos um basta nisso? A corrupção vai acabar? Teremos os partidos e os Poderes Legislativos e Executivos lotados de homens probos?
A única certeza que tenho é que estamos caminhando para mais um processo de impeachment. Lembro que quando iniciei a minha carreira jurídica, mais precisamente como estagiário no Fórum Nilo Peçanha, hoje Câmara dos Vereadores, recebi a incumbência do magistrado da Quarta Vara cível Geraldo Batista para ler o livro de princípios constitucionais de Michel Temer.
Pois é, o Temer era um mago do Direito Constitucional e fez parte do início de meus estudos jurídicos. Hoje, deveria ser orgulho meu andar com a sua obra debaixo do braço e torcer para um dia encontrá-lo para receber uma gloriosa assinatura.
Ledo engano! Não posso mais ler Michel Temer, pois nada que ele elenque como visão jurídica poderá me influenciar, pois ele de expoente do Direito passou a ser delinquente do poder.
Um homem que ocupa a cadeira máxima do Executivo Nacional não poderia nunca ser um vilão que recebe dinheiro para acertar a vida de empresas e se enriquecer de forma ilícita.
Concordo que viver da venda de livros é algo impossível em um país como o Brasil. Talvez ser um professor universitário seria outra opção para esse advogado constitucionalista. Contudo, na percepção dele, viver em sala de aula ensinando o que ele nunca colocou em prática, também não seria o melhor caminho.
Pois é, nobre leitor. Temer escolheu ser político e escolheu dentro dessa carreira o pior caminho. Uma via ladeada de esquemas, conchavos, propinas e uma busca desenfreada pelo poder.
Agora, em que pese a batalha judicial que se avizinha só me resta nunca mais ler Temer, aquele, que um dia foi um escritor de respeito dentro do mundo jurídico nacional.
Cláudio Andrade.
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