Não restam dúvidas de que quanto menos instrução tiver o eleitor, mais fácil será obter votos sem um projeto sólido e eficaz. Alguns candidatos se aproveitam dessa “ingenuidade” dos eleitores para a captação de votos via “lavagem cerebral”.
Não existe a preocupação em qualificar o público votante. A assessoria do candidato prepara a ação política sobre a “ferida” – apresentando-o como um salvador da pátria.
Fazer aflorar as mazelas existentes em uma comunidade sem contemplar os eleitores com alternativas reais para que eles deixem aquela situação – muitas vezes precária – é uma atitude vil e oportunista.
Não se pode esquecer que quanto mais alto o nível de escolaridade de um eleitor, maior será o discernimento em escolher seus representantes. Alguns poderão criticar essa posição, argumentando que, nem sempre, os melhores candidatos são eleitos pelos mais esclarecidos. Verdade!
Contudo, não se deve ignorar que a chance de identificar um oportunista de plantão é, sem dúvida, maior nos grupos em que há eleitores com mais discernimento e informação.
Pelo mesmo raciocínio, vale salientar outro ponto relevante: para muitos políticos, trabalhar o voto daqueles que têm estabilidade no emprego enseja temor e complexidade, gerando certa insegurança. Como exemplo, cito a relação entre político e concursado.
Parcela considerável de prefeitos não é favorável à realização de concurso público. Trabalhar o voto dos já concursados é a coisa mais complexa para os detentores de mandato. Se a relação entre pares não for amena, considerável parcela de votos pode ser perdida.
O Brasil tem ainda redutos eleitorais onde a troca de voto por bens essenciais é a premissa que impera. Devido ao baixo nível de escolaridade, grande parcela daqueles que não conseguem o mínimo para viver sucumbem às manipulações políticas dos que os “escravizam” e controlam seu voto – em vez de proporcionarem uma estrutura mínima de sobrevivência.
Onde a educação engloba maior contingente eleitoral, a disputa pelo voto requer uma pauta de convencimento mais intensa, uma vez que os eleitores - fincados em uma escolaridade superior - identificam mais facilmente os postulantes com “pés de barro”.
Chega-se à certeza de que quanto maior o nível de instrução do votante, mais seletiva é a escolha dos seus representantes. É preciso, a qualquer custo, valorizarmos nosso voto. O aumento da escolaridade é o caminho a seguir.
Para isso, uma política baseada na manutenção de uma base educacional e seu aprimoramento, pautado, inclusive, em qualificação profissional é algo imperioso! Afinal, há eleições possíveis de serem vencidas - e outras impossíveis. Mas quem manda é o eleitor.
Cláudio Andrade
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