A disputa pela Presidência da Câmara de Campos dos Goytacazes está servindo para que possamos, de uma vez por todas, entender as prioridades de alguns políticos.
Desde que onze vereadores resolveram falar grosso com o líder político Garotinho a sociedade eleitora de nosso município pode comprovar que há milhares de coisas mais importantes em uma negociação política do que os anseios da população.
A falta de transporte público em Largo do Garcia e Conceição do Imbé. A inexistência de água potável em Aroeira e Parque Palmares. O estado de ‘terra arrasada’ no Parque Real, o esgoto a céu aberto em Mata da Cruz e a escola fechada em Correnteza deveriam ser os problemas cobrados pelos vereadores, ao chefe de fato da Prefeitura, o candidato derrotado ao governo do Rio, Anthony Garotinho.
Porém, a contenda é personalíssima e envolve cargos dentro da estrutura administrativa, que deveria ser comandada de fato e de direito pela Prefeita eleita Rosinha Garotinho.
Esses onze vereadores que visitam os domicílios dos campistas, de quatro em quatro anos, atrás de votos e com promessas mirabolantes, muitas delas que não são de sua função, ao que parece, desistiram do povo.
A impressão que fica dessa tentativa simulada de levante, é que a manutenção dos cargos depende da oferta escancarada de empregos. Isso está claro quando presenciamos alguns vereadores que estavam decididos a marchar com a Oposição, mas, após um afago mais profundo, voltaram ao estado de letargia e para os braços do líder.
Essa situação é vergonhosa, pois prova que estamos longe de termos uma ‘Casa do Povo’ composta por representantes que sejam o espelho da população. Várias pessoas estão clamando por ajuda no Beco Santo Antônio, em Santa Maria e na localidade de Tocaia, porém são os cargos oferecidos pelo Garotinho, o sonho de consumo.
Não consigo compreender o motivo pelo qual um vereador não consegue sobreviver com a sua remuneração mensal, de aproximadamente nove mil reais. Somados por quatro anos de mandato, esse valor chega ao patamar de trezentos e sessenta mil reais, aproximadamente, sem contar o décimo terceiro salário.
O valor arrecadado com o cargo é muito maior do que a remuneração obtida durante a vida inteira por milhares de campistas. Será que esse numerário não é o suficiente para poder exercer com dignidade o cargo conquistado mediante a vontade popular?
Precisamos de uma reforma conceitual para passarmos ao eleitor, o verdadeiro significado de algumas palavras como ‘representação’, ‘vereador’, ‘respeito’ e ‘ética’.
Por outro lado, vejo com bons olhos o interesse cada vez maior da população menos abastada em resolver seus problemas. Durante minhas visitas pelo interior, com a equipe do “Programa Cláudio Andrade” constato a voluntariedade dos necessitados em apresentar suas dificuldades em busca de uma solução.
São homens e mulheres incrédulos, pois sabem que escolheram um município rico para construírem suas histórias, mas estão diante de uma realidade covarde e injusta.
Além dessa constatação triste, essa população começa a descobrir que os vereadores, ao contrário de defendê-los, estão mais interessados em suas respectivas reeleições e para isso, precisam pedir a benção a quem possui a chave do cofre.
O fantástico escritor Machado de Assis já dizia que a mentira é muitas vezes tão involuntária como a respiração. A hora é de satisfação, sendo assim, caros vereadores, que tal falarem a verdade?
Cláudio Andrade
MAIS DESSES ONZE TINHA ALGUNS QUE ENTRARAM NESSE GRUPO A MANDO DE GAROTINHO SÓ PRA VER QUAL DELES ESTÁ INSASTIFEITO. UM DELES É "MIGUELIO".
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