Por Cláudio Andrade.
A Oposição em Campos dos Goytacazes formada por alguns vereadores e outros ex-detentores de cargos públicos resolveram ir ao Ministério Público Estadual buscar ajuda no caso referente à polêmica que envolve a luz dentro do município.
Trata-se de uma ação legítima que demonstra claramente que alguns edis, que antes eram governo e agora são oposicionistas, realmente passaram oito anos sem exercer a sua função principal, que é a de fiscalizar o Poder Executivo.
Esses agentes públicos passaram anos ‘limpando a sala de estar’ da ex-prefeita Rosinha e foram coniventes quando enviaram o município de Campos para a UTI, na famigerada ‘Venda dos Royalties’, onde o erário ainda se encontra em estado comatoso.
A oposição, que antes era espalhada por secretarias, fundações e pela ‘casa do povo’, impediu CPIs, Leis, Indicações legislativas e descumpriram diariamente a Lei de Acesso à Informação.
Esse pequeno grupo de oposição tentou prejudicar as contas da Previ Campos, desejou vender prédios públicos e teve um presidente da Câmara que ‘emprestou’ a sua caneta para terceiros em um flagrante desrespeito à independência dos poderes.
Essa introdução que ora faço é apenas para lembrar que não há ‘mocinho’ do lado de lá. Existe sim, um pequeno grupo, tipo ‘heróis da resistência’ que devido a um péssimo trabalho de divulgação de agenda positiva governamental de Rafael Diniz, consegue parecer grande e numeroso, quando na verdade não passa de uma versão pífia do ‘exército de brancaleone’.
Detalhe que não podemos esquecer é que o mundo mudou, o estado e o município também. A opção do Prefeito Rafael Diniz em fazer mudanças drásticas de cunho social e de uma só vez, em apenas um ano, causou um enorme desgaste, em que pese todas elas serem constitucionais.
O problema é que mesmo sendo constitucionais, para muitos, elas não são bem-vindas em face de toda a crise que assola o país e nos torna, a cada dia, mais pobres e com poder aquisitivo menor.
Como vereador, pertencente à base de apoio e Presidente da CCJ, sou testemunha viva de que tudo que nos foi enviado para apreciação foi legal, teve o zelo e o cuidado necessário pela equipe jurídica e chegou ao plenário, maduro para ser apreciado e votado.
Vale ressaltar que todos que compõem o exército de brancaleone receberam em seus respectivos gabinetes todas as mensagens enviadas pelo executivo e na ânsia de estarem na mídia, esqueceram a luz e focaram no IPTU e na sua planta genérica. Ou seja, os ‘heróis da resistência’ ignoraram os anseios populares e não se manifestaram acerca das questões técnicas embutidas no CTM.
Nesse caso, voltamos à pequena oposição atual para lembrar que esses que hoje esbravejam e fazem abaixo-assinado, nunca deixaram secretários municipais, presidentes de fundação ou agentes públicos irem à Câmara para prestarem esclarecimentos acerca de suas respectivas pastas, pois havia blindagem, por ordem de líderes superiores a qual todos, sem distinção, eram subordinados. Isso mesmo, possuíam cargos públicos emprestados, sem força política e sem rosto.
Não respondo pelo voto dos demais membros da Câmara de Vereadores, mas assumo que meu voto, em alguns pontos polêmicos foi correto, não pelo fato do desconforto que as medidas estão causando a uma parcela da sociedade, mas pelo fato de eu ser um vereador que experimenta a primeira tentativa em mais de cem anos de história do município, que se tenta iniciar um projeto de desvinculação dos royalties.
Por outro lado, o atual prefeito precisa sair da máxima, ‘ Não faço, pois herdei dívidas’. ‘Atrasei, pois não tenho dinheiro’ ou ‘não prometo o que não posso cumprir’.
O momento é de criatividade e isso não precisa de dinheiro. Exemplo foi o gabinete em ação que realizamos no Parque Bela Vista. Lá, com muita força de vontade, conseguimos retro escavadeira, caminhão para recolhimento de entulho e voluntários para pintura de postes e calçadas.
Dentro desse contexto, surge uma pergunta: será que os secretários municipais não conseguiriam essas parcerias?
Finalizo deixando bem claro que as medidas aprovadas na Câmara são desgastantes, impopulares e merecerem todas as indignações sociais. Porém, a pequena oposição que ora se passa por gladiadores são os vilões que viabilizaram grande parcela dessa crise e suas digitais estão no fechamento do restaurante popular e na suspenção do cheque-cidadão.
Quando ao Prefeito Rafael Diniz, a hora é de ser criativo, deixar de lado alguns conselhos de bastidores e mostrar para a população que a crise vai continuar, mas o governo vai andar, caso contrário, o ‘exército de brancaleone’, que na história original era formada por mortos de fome, continuará parecendo ser elefante, quando na verdade é formiga.
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