Por Cláudio Andrade.
A nova legislatura da Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes está indo para o seu décimo mês e a considero mais social, dividida e com muito potencial para dar aos eleitores uma prova de que é possível estar ao lado do Executivo sem carregar a pecha de homens que dizem “Amém”.
Durante esses quase dez meses e à frente da relatoria da CPI das ‘Rosas’, do CTM (Código Tributário Municipal) e da CCJ (Comissão Constitucional de Justiça) aprendi que não basta ter um mandato, pois é preciso se impor dentro dele e olhar de frente os obstáculos, combater de frente as pressões e, sobretudo, lembrar aos meus pares e aos membros do executivo de que nada pode acontecer sem que haja muita discussão, sob pena de estarmos prejudicando aproximadamente quinhentas mil pessoas.
A legislatura ainda se inicia e diversas demandas irão chegar ao legislativo e vamos precisar deixar de lado as bandeiras partidárias e aceitarmos que coisas boas podem vir da Oposição e que nem tudo que virá do executivo será o correto para o povo campista.
Essa análise deveria ser feita por todos os vereadores. Inconcebível deixarmos que a população perca a confiança e o respeito com a sua Casa de Leis, pois ela precisa ser palco produtivo para o município.
Outro ponto crucial que entendo necessário é estar ao lado do povo e isso quer dizer ir até eles. Um vereador não pode se esconder da população por ter aprovado uma lei que causou desgaste ou ter se posicionado ao lado do prefeito quando a população clamava por outra atitude.
Um legislador que se presa, assume seus atos, ações e votos e, se preciso for, vai para o meio das rodas de bar ou nas filas dos hospitais e defende seu posicionamento, ouve as críticas e combate o bom combate.
Antes de ter um cargo público devemos ter a consciência que somos avaliados minuto a minuto e o histórico pessoal que trazemos para o exercício do mandato pode ou não nos potencializar.
De uma vez por todas, nesse caso já não falo de meus pares, e sim de mim, é hora de retirarmos da cabeça do povo de que um trabalho realizado em conjunto por executivo e legislativo pode ser feito sem imposição.
O caso do CTM é um exemplo clássico. O Código apresentava uma série de questões em discordância com várias categorias e entidades de classe e, após vários debates, o CTM foi aprovado em primeiro turno (segundo na terça) com valorização das demandas sociais e respeito às necessidades de arrecadação do município.
Claro que não foi o ideal, mas houve, como nunca, um diálogo e isso todas as categorias envolvidas e suas lideranças foram categóricas em reconhecer.
Ser vereador não é só ter mandato. Ser vereador é reconhecer que em suas mãos está uma parcela dos sonhos e demandas de meio milhão de habitantes, logo o que um decide no voto individual pode não influenciar o resultado final, mas traz uma paz de espírito, pois votar sem amarras é algo brilhante e faz muito bem ao coração.
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