Por Cláudio Andrade.
A imprensa do Estado do Rio de Janeiro tem dado grande publicidade ao número expressivo de mortes de policiais militares em confronto. O número chega a cem e deixa a certeza de que centenas de famílias ficaram órfãs de seus entes queridos.
Os integrantes da Polícia Militar são aqueles que estão na linha de frente do combate ao crime e isso, por si só, já faz com que as suas respectivas vidas estejam em perigo vinte e quatro horas por dia.
Trata-se de uma profissão de alto risco e que precisa ter em seus quadros homens e mulheres preparados psicologicamente e fisicamente para os enfretamentos contra a criminalidade que, a cada dia aumenta, agora também inflada pela crise econômica.
Para que um policial esteja preparado para atuar é preciso que ele esteja bem equipado e isso, definitivamente , não está. Na corporação falta de tudo, da gasolina e pneus para as guarnições as armas mais avançadas que permitam um confronto mais equilibrado quando necessário.
Aliado à falta crônica de estrutura está o atraso no pagamento desses agentes públicos, fruto de mau gerenciamento do governo do estado e do alto índice de corrupção que assolou as últimas administrações que ocuparam o Palácio da Guanabara, notadamente a de Sérgio Cabral.
A constatação de termos cem policiais mortos no ano de 2017 é vergonhoso e mostra como estamos perdendo para o crime. Os óbitos sofridos dentro da Polícia Militar precisam ecoar na sociedade, afinal, nossa linha de frente da segurança pública não pode ficar no corner, pois são os mocinhos e não os bandidos da história.
No último sábado, dia 26, ocorreu a morte do centésimo policial militar. Fábio Cavalcante era segundo sargento da PM, tinha 38 anos e foi morto em São João do Meriti, trazendo para nosso estado a maior média de mortes dos últimos dez anos.
A violência urbana deve ser vista por vários prismas no que diz respeito ao seu crescimento. Um deles é a dependência química, que irriga o tráfico levando milhares de pessoas a fazer o que for preciso para o sustento do vício. O nível de educação baixo que faz com que muitos (não todos) ingressem no tráfico atrás de remunerações atraentes e semanais. sem que haja necessidade de qualquer nível escolar e, lógico, a ausência do estado nas comunidades. Lá quem manda NÃO é o governador!
Infelizmente, hoje, o confronto entre polícia e bandido é desigual. Isso precisa ser revisto, pois no meio dessa guerra complexa e desigual se encontra a sociedade pagadora de tributos e que deseja sair pelas ruas na hora que bem entender sem haja o receio de ser roubada ou assassinada na primeira esquina.
Não há segurança total, pois isso é utopia. Entretanto, a sensação de segurança precisa retornar à mente da população e para que isso ocorrer novamente o estado precisa se organizar e devolver ao policial militar a auto-estima a cada dia mais enfraquecida diante de administrações falidas e desrespeitosas.
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