terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Cláudio Andrade: um polêmico na Câmara


Advogado, blogueiro, radialista, comunicador e polêmico, acima de tudo. Com tudo em cima, em se tratando de ideias, Cláudio Andrade chegou longe. Aos 44 anos se elegeu vereador em Campos com uma campanha alicerçada no campo das ideias e dos conceitos, usando como ferramenta as redes sociais. Não pescou votos, mas muitos caíram voluntariamente na tal rede social. Tem argumentos firmes para cada situação. Sabe mediar a correta distância entre pessoas e coisas.

Nesta entrevista ele conclui que a espuma da esperança vai minguar com o rápido passar do tempo, e que muito em breve todos serão cobrados pela população, como os outros políticos foram cobrados. Não se define como de direita ou de esquerda e acha que a política tem que ser o centro de tudo, quando o cidadão é o sujeito direto da ação.

Você foi bem eleito em sua primeira eleição para vereador aos 44 anos. Havia uma meta neste sentido. Não veio antes por quê? Não vim porque sempre achei que uma candidatura precisa reunir uma série de fatores onde o que menos pesa é o desejo de se eleger. Então esperei, e diante da crise ética e moral na política brasileira e minha forma combativa de denunciar e investigar os desmandos da política municipal me fizeram ver que a hora era esse. Foram dois da série de fatores que me referi antes.

Primeiro foi o Blog e depois vieram a rádio e o programa de televisão, além das redes sociais. Isso deu visibilidade mais a você ou as suas ideias? Foi um casamento feliz e comunhão da imagem e das ideias. Tinha certeza que as redes sociais teriam peso substancial nas eleições. Tenho certeza que foi o candidato a vereador que mais usei essa ferramenta.

Você é advogado de formação e ofício, mas parece que tem jornalismo correndo nas veias do braço esquerdo e política nas veias do direito. Afinal, você se considera um homem de ideias de direita ou de esquerda? Na verdade eu aperfeiçoei todas as oportunidades e funções que me foram dadas e isso me preparou para o cargo que agora ocupo. Com relação a ser de direita ou de esquerda, acho que esse conceito de lados não mais existe, o que existe hoje é um centro de propósito de moral, ética e com foco nos problemas sociais.

Você faz parte de uma nova safra de políticos que promete. Vai cumprir? Me considero de uma nova safra; Com relação a cumprir fico a vontade em responder, exatamente porque não fiz promessas e sim abri os olhos da população pela busca da independência, logo, quando menos depender do poder público melhor.

Te preocupa o desafio neste primeiro momento que Rafael Diniz irá enfrentar? Está disposto a ajudá-lo? Tanto Rafael quanto nós vereadores não podemos esquecer que a espuma da esperança vai acabar, e logo seremos cobrados como quaisquer outros políticos. Os problemas de gestão são macros e estarei à disposição dele, sempre que solicitado, desde de que nossas ideias convirjam e que a população seja o sujeito da oração.

Você então tem uma postura independente na Câmara? No dia dois, fui escolhido pelo PSDC para ser o líder do partido na Câmara pelo presidente municipal da sigla, Edson Faes. Não sou independente, pois a política se faz em coletividade, contudo, caso precise me posicionar terei a postura individual necessária quando for necessário.

Você é polêmico, inclusive tem um programa de grande sucesso na TV 3ª VIA. Cláudio Andrade gosta da polêmica ou do contraditório? Gosto do contraditório polêmico, onde prefiro arrancar do entrevistado o que ele não está preparado para responder. Por isso, nenhum deles recebe pauta prévia.

Você polemizou muito com o grupo político do Garotinho. Achava esse grupo contraditório? Ouso discordar da sua pergunta. Não polemizei com as pessoas do grupo e sim como a forma como eles administraram os recursos municipais nos últimos oito anos. Sou um político que fala de coisas e não de pessoas.

Como andam as pessoas em Campos? Você acha que elas vinham sendo tratadas como coisas? Sim. O conceito de coisa, atrelado ao de pessoa, gerou em Campos, políticas assistencialistas com fins individuais, traduzida em projetos políticos específicos, focados no crescimento privado de seus agentes e não na libertação social do povo.

Como vereador você tem a ideia do gabinete itinerante. Como será isso? É um projeto que visa levar a estrutura física do gabinete às localidades. Durante a campanha percebi, por exemplo, que uma idosa residente em Mata da Cruz, a 70 quilômetros do Centro, jamais teria acesso ao gabinete de um vereador, mas muitos foram até lá pedir seu voto. Logo, é obrigação do parlamentar retornar e ouvir os seus anseios.

E o mandato participativo online? Balbi, grande parcela dos meus votos veio do debate online, onde pude apresentar à população, de maneira instantânea, as questões judiciais, administrativas e sociais do município. Nada mais justo do que manter essa relação através lives semanais, apresentando as ações do meu mandato.

No curso da campanha ocorreu algum fato marcante? Sim. Muitas pessoas achavam que eu era um candidato da chamada pedra, com um discurso elitista. Na verdade fiz o caminho inverso, indo às comunidades, ouvindo as pessoas e as ajudando na medida do possível. A carência é tão grande que uma delas me disse: “Nunca um candidato almoçou comigo. Estar junto da população é sinal de respeito, pois a comida pra gente é algo sagrado”.

Então você é um político mais interessado em se emocionar com o povo do que tentar emocionar o povo? Primeiro, eu preciso me emocionar e através deste sentimento sincero criar alternativas concretas para causar emoção.

Foto: Carlos Grevi
Jornal Terceira Via.

2 comentários:

  1. Vereador Claudio Andrade, Aldeia 1 e 2 está sofrendo com esse calor tendo q andar mais de 1 km ou ficar esperando pelo unico ónibus q faz a linha Escola Agrotenica! Pelo amor de Deusnos socorre vc q nos representa! Obrigado.

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oi