No mês de Abril de 2.000, Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados Federais foi nomeado pelo secretário de governo de Rosinha (Prefeita de Campos, atualmente cassada em 1ª instância) como presidente da Cehab (Companhia Estadual de Habitação).
Na época, o marido de Rosinha aceitou a indicação de Cunha a pedido do pastor e deputado na época Francisco Silva, proprietário da rádio Melodia.
Durante a união fraternal, Garotinho, Cunha e Francisco, passavam várias tardes no Palácio das Laranjeiras. As reuniões eram regadas a muito papo e também na organização do programa que Garotinho transmitia na empresa de Francisco.
Na época, Francisco Silva, junto com Eduardo Cunha, segundo matéria do jornal O Globo, controlava 7 FMs no Rio, São Paulo, Brasília, Terezina, Curitiba e Mandaguari (PR) onde o marido de Rosinha apresentava o programa “A Paz do Senhor”.
O primeiro sinal da crise que se alastrou pelo primeiro escalão do governo de Garotinho, segundo a Folha de São Paulo, começou na Cehab/RJ, presidida por Eduardo Cunha.
Na época dos fatos, quando Cunha era amigo público e íntimo de Garotinho,duas sindicâncias foram abertas para investigar a presença de Jorge La Salvia ( argentino, ex-procurador de PC Farias e Secretário Geral do PRN ), o TCE (Tribunal de Contas do Estado) iniciou investigação para apurar irregularidades em quatro licitações feitas pela empresa.
A maior das complicações que Cunha se envolveu, quando era amigo de Garotinho envolvia a empreiteira Grande Piso, contratada por 34 milhões de reais para a construção de 3 425 casas populares do programa, vitrine de Garotinho, o Morar Feliz.
Segundo a Revista Isto É, na maioria dos casos, porém, há questionamentos puramente técnicos. As principais dúvidas são relacionadas à empresa paranaense Grande Piso, que em poucos meses se transformou de microempresa em construtora para vencer quatro concorrências da ordem de R$ 34 milhões no Estado do Rio.
Nas licitações vencidas pela empresa Grande Piso, pelo menos uma irregularidade já havia sido confirmada . O próprio presidente da Cehab admitiu que errou ao aprovar os editais das concorrências sem submetê-los ao Tribunal de Contas do Estado. “Me baseei num parecer da Procuradoria Geral do Estado, mas depois descobrimos que o TCE realmente deveria analisar os contratos”, explica Cunha.
A trajetória da Grande Piso foi meteórica. Até agosto daquele ano de 2000, não passava de uma microempresa de revestimentos, com capital social de R$ 490 mil. Em dezembro do mesmo, transformou-se em construtora, com capital de R$ 2,58 milhões. Contratou engenheiros pouco tempo antes de inscrever-se nas concorrências que a Cehab começaria a realizar no mês seguinte.
Curiosamente, acabou levando a maior fatia das obras, num total de R$ 34 milhões. Numa construção no bairro de Acari, zona norte, após dois meses de contratação a Grande Piso ainda não havia colocado um só tijolo das 800 unidades que teriam que ficar prontas até julho daquele ano. Detalhe: o conjunto Nova Sepetiba, começou a construir sem licença ambiental.
Na ocasião, deputados estaduais receberam um dossiê que apontava fraude nos cartórios que registravam as casas entregues pelo programa, conforme consta em matéria publicada pelo jornal on line Piauí.
As CPIs nunca foram adiante na ALERJ, e a gestão de Garotinho se viu cada vez mais acuada pela imprensa, pois outros membros do governo acabaram atingidos pela onda de denúncias.
Diante dessa encruzilhada, coube a Francisco Silva, dono da rádio evangélica Melodia, onde Cunha lançou seu bordão “O povo merece respeito”, escrever e entregar a carta de renúncia do afilhado a Garotinho.
Nela, o deputado afirmava que pretendia “evitar qualquer espécie de especulação maldosa, que diga que o irmão Eduardo Cunha está sendo protegido pelo fato de ser evangélico”.
Naquela noite, Claudia Cruz, apresentadora do telejornal RJTV, na Globo, e mulher de Cunha e hoje uma das citadas em esquemas de Cunha, leu no final a notícia de demissão do marido.
Realmente, esse Eduardo Cunha NÃO é mole.
Recordar e viver, afinal, contra fatos não há argumentos.
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