Após publicarmos nessa Coluna o número de mortes ocorridas dentro do Hospital Geral de Guarus (HGG) – 92 em 52 dias – e ainda questionarmos, baseados em fontes fidedignas uma série de fatos que podem estar impossibilitando um atendimento razoável, agora estamos divulgando mais uma notícia estarrecedora.
No último dia 18, a direção médica, a administrativa e a superintendência geral do HGG receberam uma série de pedidos solicitados pelas equipes que prestam serviços na unidade hospitalar. A listagem, em poder deste blog, demonstra o estado estrutural caótico interno do hospital municipal em questão.
A lista demonstra, claramente, que a situação é surreal. Dentre as solicitações podemos citar: respiradores mecânicos; monitores cardíacos; equipo de pressão arterial; aspiradores; máscaras; luvas; peças T fisioterápicas; aparelhos de HGT e de pressão; macas; vagas de CTI; monitores de Transportes; colchões para repouso; capotes cirúrgicos; Instalações adequadas para casos suspeitos de H1N1; seringas de 20 mg; aparelhos de ar condicionado; antibióticos; leitos de enfermagem; ambulâncias para remoção, bipap, bombas de infusão, dentre outros itens.
Vale ressaltar que os hospitais geram quantidades de resíduos químicos, farmacêuticos e radioativos que necessitam de criterioso manejo. Além disso, uma enorme quantidade de resíduos comuns como embalagens, papel, luvas, seringas e sobras de alimentos precisam ser dispensados com cautela para que não gerem danos à saúde tanto dos que trabalham quanto dos que frequentam o local por necessidade. Não custar lembrar que uma unidade de Saúde de grande porte pode produzir mais de uma tonelada de resíduos por dia.
A matéria de hoje – relacionada aos materiais – e a anterior – relacionada às mortes – são correlatas e nos levam a concluir que uma força tarefa deve ser empreendida pela Secretaria de Saúde de Campos para que o HGG possa, através de suas equipes médicas, atenderem com qualidade a enorme demanda diária.
Outro ponto importante é o controle das possíveis infecções hospitalares. Para que elas sejam evitadas há a necessidade de um trabalho conjunto que envolva vários setores do hospital, além do apoio da direção. Será que os profissionais que trabalham no HGG estão tendo amparo de gestão para poder exercer as suas funções?
Segundo fontes dessa Coluna, não há infectologistas no HGG. Logo, seria desejar demais a implantação de um projeto de Diagnóstico e Monitoramento das Infecções Hospitalares que seria de suma relevância para o HGG.
Entendo que a participação do Ministério Público não deveria ser somente na análise das verbas aplicadas ou no recebimento de casos pontuais denunciados por pacientes e parentes.
Necessário se faz também atuações dentro do HGG para que haja percepções visuais de tudo que está acontecendo dentro do hospital e que, de forma negativa, poderá causar danos irreparáveis aos munícipes de Campos dos Goytacazes que utilizam esse ‘gratuito’ serviço de saúde.
Cláudio Andrade
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