É curioso o momento político vivido no município de Campos dos Goytacazes. Ao invés do debate político, sobre as milhares de mazelas administrativas, muitos estão buscando a novidade personificada, como se ela fosse surgir apenas pautada no efeito etário dos novos personagens inflados no cenário local.
Antes de desvendar o ‘novo’, precisamos observar quem são os comandantes dos navios. Quem são esses que controlam os novos coadjuvantes marinheiros e postulantes a atores principais?
Certo que o mar campista está tenebroso e que a ondas nunca estiveram tão altas a ponto de invadir a terra goitacá causando estragos nunca dantes presenciados.
Essa terra, hoje castigada, continua sob o domínio de um clã que, após a redução de seu império, elegeu Campos dos Goytacazes como sua trincheira.
O castelo construído é forte, pois reúne um exército formado por antigos e novos combatentes.
Por isso, os ‘novos’ precisam ser identificados por trás de seus corpos, para que não estejamos estendendo o tapete vermelho para pessoas rotuladas como novidade - mas que possuem um chip antigo, manuseado por personalistas ávidos pelo retorno ao poder, pelo simples poder.
Qual a novidade entre os ‘novos’ ares? São ventos fortes, constantes e capazes de derrubar embarcações governamentais controladas por experientes homens do mar? Tenho minhas dúvidas.
A terra goitacá está dividida entre o ‘ódio do presente e o do passado’. ‘Pela paixão do agora’ e pela ‘idolatria do pretérito’ e nada disso nos conduz a um novo real.
O grande receio é que os ditos ‘novos’ cresçam monitorados, amordaçados e servindo como meros símbolos de sobrevida para seus mentores. Líderes em declínio, raposas da velha política que, diante da incapacidade de continuarem se alimentando sozinhos, espalham seus filhotes como iscas.
Quem manda nos novos? Quem acompanha a política de Campos, pelos menos nos últimos vinte anos, sabe que aquele que um dia foi rei sempre fez questão de destruir as crias que pudessem fazer sombra à sua autoridade.
Para que não houvesse sucessores incontroláveis e com futuro promissor, ele destruiu reputações, massacrou siglas, mencionou Deus em vão, ‘plantou mentiras’, armou-se e conseguiu aspirar o pó que restou de seus adversários.
E agora? Além da necessidade de uma novidade, estarão esses ‘novos’, dispostos a enfrentarem uma batalha política em que não há limites bélicos? Terão esses ‘novos’, a autonomia de seus padrinhos para dar a ‘roupagem’ ética e moral necessária para que um novo tempo surja?
Estamos diante de ‘novos’ rezando em cartilhas ‘velhas’? Precisamos de uma reciclagem política. E quanto a isso não restam dúvidas. Contudo, a feição jovial e a pouca idade pode não ser suficiente. Então, eis a pergunta: Onde se encontra a essência do perfume?
Há necessidade de muito treinamento e, sobretudo disposição para guerrear no campo administrativo, social e político como gente grande.
O maremoto que se anuncia tornará o já tormentoso mar campista em uma verdadeira releitura do apocalipse.
E agora, quem manda nos novos?