sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Chantagem enaltecida na deflagração do impeachment


Na qualidade de advogado militante e adorador da ciência política sinto-me envergonhado ao assistir o futuro do país sendo tratado na mesa de jogatina.

A luta pelo ‘Poder’ é sangrenta e não sabemos se o processo de Impeachment irá, de fato, tramitar como muitos esperam.

Pior é saber que tudo começou em Janeiro, quando o PT (Partido dos Trabalhadores) lançou Arlindo Chinaglia para a Presidência da Câmara contra Eduardo Cunha, que de lá para cá, preparou uma vingança que ‘toma de assalto’ a segurança jurídica e política da nação.

Brincam de governar, sacaneiam a população e tratam as leis como ‘facas pontiagudas’. Enquanto isso, o eleitor amarga uma crise que faz a cada dia desaparecer o nosso poder aquisitivo, nos tornando, minuto a minuto, pessoas mais pobres.

Entendo que todos os ladrões de dinheiro público devem ser penalizados na extensão legal dos seus delitos, sejam eles petistas ou não, afinal o Sistema político nacional está em estado de metástase.

Não há clima econômico, político nem mesmo de clamor popular positivo. Há indignação, receio, crimes, inadimplência, angústia e uma sensação dolorosa movida por uma incerteza quanto ao futuro do país.

Os atores desse filme de terror são comprometidos com seus respectivos umbigos. Lutam, de forma insana e voraz pela manutenção de suas linhas de apoio, mesmo que isso faça com que sejamos prejudicados em nosso cotidiano.

Há tributos e desempregos em demasia. Os dramas na saúde, educação, segurança e transportes crescem de forma surpreendente e não há, pelo menos por enquanto, um ‘remédio’ político que contenha o desequilíbrio da nação.

A deflagração do Impeachment é a prova cabal de que tudo é possível nessa guerra. A ação que redundou na aceitação de Cunha possui como base, manobras financeiras realizadas por Dilma, em tese, sem autorização do Congresso.

Cunha só o deflagrou o Impeachment após ter a certeza de que não teria o PT de Dilma ao seu lado no Conselho de Ética. Na iminência de perder a sua cabeça, ofertou a da presidente à guilhotina.

Trata-se da prova mais inequívoca de que nós, eleitores e contribuintes, somos apenas peças sem valor nesse xadrez tosco. Porém, a briga em Brasília é por PODER e a nossa, por SOBREVIVÊNCIA.

O impeachment veio na sua pior forma: CHANTAGEM

Cláudio Andrade.

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