quarta-feira, 29 de julho de 2015

Auditores constatam imprudência com dinheiro público em Campos


A famosa auditoria interna realizada por peritos contábeis a pedido da prefeita Rosinha Garotinho que constatou a ausência física nos cofres da Prefeitura de Campos de quase R$ 110 milhões relata dados importantes que servem de alerta para futuras aplicações e empréstimos.

Segundo os auditores, o trabalho ficou concentrado na análise contábil e nos documentos de aplicações financeiras-aquisições e resgates- de notas do Tesouro Nacional tendo em vista o volume expressivo de recursos públicos negociados pelo secretário de finanças da época e sua equipe.

Por exemplo, em março de 2009, vários lançamentos foram realizados do Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (SIAFEM) de 2008, que ainda não haviam sido encerrados.

Os valores contabilizados, no total de R$ 64.404.511.63 referentes às diferenças dos saldos dos extratos bancários com os balancetes contábeis de dezembro de 2008, elevaram o saldo da conta “Banco em análise” para R$ 120.448.877.45.

Esse procedimento, segundo os auditores feriu os princípios da Oportunidade e o da Prudência, que são fundamentais na contabilidade.

Em 28 de setembro de 2010, conforme relatado pelos auditores pôde ser verificado no extrato que a Prefeitura de Campos recebeu do Banco Cruzeiro do Sul, o montante de R$ 51.327. 185.36 que foi creditado, através de um TED, na conta corrente de royalties de número 85.050-0 do Banco do Brasil.

Deste valor, R$ 1.327.185.36 foi contabilizado na conta 11252-0200 cuja referência é “Depósito a disposição do tesouro”. Porém, tratando-se de receita de rendimentos, o lançamento foi feito, segundo os auditores, de forma errada fazendo com que a Prefeitura de Campos deixasse de apropriar-se do valor devido, pois a operação colocou o dinheiro em outra conta que não a prevista.

Os dados acima apresentados e que constam na auditoria requerida pela prefeita Rosinha denota que há uma necessidade de discutirmos a parte financeira da Prefeitura de Campos de forma mais aprofundada.

Enquanto os agentes públicos que apóiam o casal de ex-governadores se dirigem às rádios alinhadas para tentarem colocar na cabeça do povo que a crise em Campos tem relação com a da Grécia –como disse Suledil Bernardino- ou que precisamos celebrar empréstimo na Bolsa de valores de Nova York- segundo relatos do marido da prefeita- a contabilidade, assunto relevante está sendo deixado de lado.

A auditoria constata outras incoerências que serão apresentadas em momento oportuno. Porém, o que precisa ser destacado é que a crise não passa somente pela superficial negação ao empréstimo de aproximadamente R$ 1 bilhão que Rosinha quer.

As aplicações feitas com o nosso dinheiro precisam ser debatidas de forma cristalina para que saibamos de uma vez por todas o tamanho do prejuízo que, pelo visto, é alto.

Cláudio Andrade

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