A descoberta detalhada da corrupção institucionalizada e entranhada na Petrobras está sendo possível graças às delações premiadas. Isso pode ser visto como uma alternativa positiva (pela capacidade de negociação dos agentes judiciais com os meliantes) ou como a concretização do caos (partindo da ideia de que sem o depoimento das ‘ervas daninhas’ não estaríamos limpando o jardim).
A situação não é nova. Já vivenciamos os Mensalões do PSDB e PT e uma série de operações policiais que, ao prenderem executivos, políticos e empreiteiros, nos proporcionam doses abundantes de asco.
Pois é. Parece que as nossas instituições continuam sendo povoadas por ladrões sofisticados. Homens e mulheres que não medem esforços para obterem o poder até que para isso seja preciso dilapidar o patrimônio público descaradamente.
O nome bíblico da operação da Polícia Federal (“Juízo Final”) deve ter sido escolhido por alguém que, diante de tanta maldade, recorreu ao livro sagrado para escolher o nome e pedir ao Senhor uma explicação para tanta bandidagem.
Mais uma vez, ao invés de iniciarmos um novo tempo em que as mazelas sociais, a alta carga tributária, o baixo índice educacional e estrutural do país deveriam ser a pauta, estamos - ao contrário - à mercê de mais um escândalo em que sanguessugas do dinheiro público são descobertos com a ‘mão na massa’, dilapidando o erário para gastarem na vida privada.
O momento atual difere um pouco da época do ‘Mensalão’. No julgamento da Ação Penal 470, parte considerável da população reconheceu a condenação dos réus como um divisor de águas. Isso como se a partir daquele momento seríamos presenteados com administradores probos.
Ledo engano. Esse novo escândalo traz uma sensação temerária de que poderemos estar vivenciando (como nunca antes) um Estado se desfazendo aos poucos devido à quantidade de podridões diárias sendo ventiladas.
Não restam dúvidas de que o Brasil vai continuar a existir, mas os pilantras componentes do Sistema precisam ser punidos e, para isso ocorrer, o Estado de Direito deve ser preservado senão teremos muito espetáculo e pouca efetividade.
O Ministério Público, Polícia Federal e a Justiça precisam agir com cautela e respeitando as leis vigentes, pois se assim não for, o ‘Império da Lei’ irá evaporar e os anos de trabalho investigativo acabarão em nada.
Quanto aos corruptos, esses ficarão livres e rindo de nossas caras.
Não posso afirmar que se esse escândalo fosse divulgado com intensidade antes das eleições o resultado seria outro. O início da investigação remonta o mês de janeiro; logo poderíamos ter tido uma oportunidade de melhor discutirmos a questão antes de elegermos o presidente da República.
Por outro lado, creditar ao povo a responsabilidade de termos ratos travestidos de homens públicos é complexo. Uma parcela da população precisa da estrutura mínima ofertada pelo Poder Público e sabedores do número de dependentes que existem, os meliantes de gravata sempre têm uma ponte que os ligam ao Poder e às vultosas verbas.
Esse câncer chamado corrupção, que invadiu a seara administrativa das esferas nacionais, não é uma exclusividade brasileira. A diferença é que em outros países, grande parcela desses corruptos entrega o cargo de forma voluntária, outros são condenados à prisão perpétua e centenas se matam ao serem descobertos.
Aqui, em nossa rica e cambaleante nação, quem morre a cada dia é o homem honesto, cumpridor de suas obrigações e que não aguenta ver seu poder aquisitivo decair, afetando o seu bem estar de vida devido à malversação.
Viva o Brasil e os honestos. Prisão e execração pública para os corruptos.
Cláudio Andrade
Infelizmente Campos não tem juizes e nem promotores nem policiais como os da Operaçao Lava Jato.......se tivesse a cidade seria outra e a maioria dos,politicos estariam presos por muitos e muitos anos.
ResponderExcluir9Faço das suas as minhas palavras.
ResponderExcluirAdriano
Parabéns Dr. Cláudio, por essa reflexão sobre esse tema de tanta importância ao povo brasileiro, tão sofrido.
ResponderExcluirPor muito menos o ex-Presidente da República, Fernando Collor de Melo, nos anos 90, sofreu o impecheament, perdeu o mandato, porque seu amigo Paulo César Farias, conhecido po PC , havia desviado menos de 10 milhões de reais.
De qualquer forma foi feito justiça, pois, o Presidente COLOR DE MELO, perdeu o mandato.
Entretanto Lula e Dilma, seus governos roubaram BILHOES dos cofres públicos, através do Mensalao e agora o Petrolao. E ao que tudo parece, em nada vai dar.
Enfim, o IMPECHEAMENT seria algo super justo, contra esses ladrões do dinheiro do povo.
Logo, FORA DILMA. FORA DILMA! !!
Impecheament ja!! Impecheament já !!