A população brasileira ficou atônita quando chegaram as primeiras notícias, dando conta de um acidente aéreo na cidade de Santos - litoral paulista - envolvendo o presidenciável do PSB e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e sua equipe de trabalho.
Quando as agências confirmaram a morte do neto de Miguel Arraes, todos começaram, mesmo que de forma velada, a analisar as possibilidades do PSB, visando ao pleito de outubro.
A vice do falecido Eduardo Campos, a ambientalista Marina Silva, do Partido Rede de Sustentabilidade, poderá ser a candidata da coligação à Presidente da República. Para isso, deverá, inicialmente, renunciar ao cargo de vice na chapa para, então, apresentar seu nome para a disputa à vaga de candidata, em substituição a Eduardo Campos.
A legislação eleitoral prevê que, em casos de falecimento, a sigla tem o prazo de dez dias, a contar do fato, para indicar um novo nome. Salvo uma virada improvável, Marina deverá ser a candidata do Grupo.
Nesse contexto, o PSB deverá indicar o vice e, segundo fontes jornalísticas, Eduardo Freire poderia ser esse nome. Ele manteria vivo o Estado de Pernambuco na chapa, o que acalmaria o PSB e teria um efeito simbólico devido ao trágico fim de Eduardo.
A candidata Marina não é algo novo; porém, possui requisitos que podem fazê-la crescer caso seja alçada à ‘cabeça’ de chapa.
Acreana, mulher e oriunda de camadas sociais menos abastadas, Marina ainda carrega o fato de ser mais conhecida no exterior do que o falecido Eduardo Campos pois, defendendo a bandeira ambientalista, abriu espaço com suas posições no cenário mundial.
Certo que a tragédia em si não garante a Marina a capilaridade eleitoral. A ex-ministra, sendo candidata, terá que captar os votos do próprio Eduardo e tentar, além disso, penetrar no capital eleitoral de Aécio e Dilma, principalmente.
Não restam dúvidas de que ainda é cedo para avaliações mais profundas. Somente após a definição da nova chapa e a divulgação das pesquisas de intenção de votos - já com o novo nome do candidato - poderemos ter uma visão mais segura sobre o impacto da morte do ex-governador de Pernambuco.
Marina - que antes de se alinhar a Campos, não conseguiu registrar seu partido e disputar a Presidência da República - recebe, por ironia do destino, uma chance para ser, mais uma vez, candidata ao cargo máximo do Executivo Nacional.
A população brasileira ainda está digerindo a morte do presidenciável. Porém, antes mesmo de causar efeito de reviravolta no cenário eleitoral nacional, o fato demonstra que, apesar das adversidades eleitorais entre os postulantes, não há nada mais frágil do que a vida.
As disputas pelo poder são meras pelejas quando obras do destino sepultam sonhos, desfazem famílias e ceifam vidas. Agora, para a família Campos Arraes não há mais propostas nem expectativas de vitória.
O momento é de velar pelo seu ente querido e deixar que o tempo transforme a imensa dor em saudade.
Cláudio Andrade
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