quinta-feira, 15 de maio de 2014

Criança de quatro anos espera há 8 meses por exame em Campos e subsecretário solicita ida ao serviço social


Gabriel, de quatro anos, nasceu com uma malformação genética ainda não identificada. Segundo a mãe do menino, Jovania Monteiro da Silva, de 44 anos, o diagnóstico só pode ser feito mediante a realização de um exame sanguíneo. No entanto, o exame não estaria incluído na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e a família não tem condições financeiras para arcar com as despesas. O pedido foi encaminhado à Justiça há oito meses, mas, de acordo com os médicos, o menino não pode esperar.

Além de detectar as alterações genéticas, o exame Hibridização Genômica Comparativa Ampliada aCGH 180K + FMP também é fundamental para o tratamento e para prevenção de outros problemas que podem estar associados à anomalia. Esse exame custa R$ 5 mil e só pode ser realizado em São Paulo ou em Belo Horizonte.

Jovania contou à equipe de reportagem do Jornal Terceira Via que Gabriel é atendido por um médico geneticista do Centro de Referência e Tratamento da Criança e do Adolescente (CRTCA), antiga Apic, que teria exigido o exame. O mesmo procedimento foi solicitado por uma neuropediatra da Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais (Apoe). Ambos os médicos suspeitam que Gabriel é portador da rara Síndrome de Goldenhar, que pode provocar surdo-cegueira. O menino já perdeu 50% da audição.

“Quando os médicos solicitaram o exame, nossa primeira atitude foi procurar à Secretaria Municipal de Saúde, mas lá eles nos informaram que para nós conseguirmos fazê-lo de graça, teríamos que recorrer à justiça. Há oito meses esse pedido está tramitando no Fórum, mas nenhuma resposta nos foi dada até agora. Há cerca de 20 dias, recebi uma ligação do SUS informando que o exame não estaria incluído na tabela. Estamos sem saber o que fazer”, disse o pai de Gabriel, João Batista, de 44 anos.

O Jornal Terceira Via procurou o subsecretário de Saúde do município, Sebastião Campista, para obter uma resposta sobre o caso. Ele afirmou que a informação de que um funcionário teria dito para o pai de Gabriel procurar à justiça não condiz com os procedimentos do órgão público. Segundo o subsecretário, a Prefeitura de Campos arca com as despesas de alguns procedimentos que o SUS não cobre, de forma complementar. Para saber se o exame pode ser realizado com a verba municipal, Sebastião disse que a família deve procurar o setor de Serviço Social da Secretaria de Saúde e apresentar o receituário expedido pelo médico.

Terceira Via.

2 comentários:

  1. Se esta Prefeitura tivesse pessoas preparadas, não daria esta informação a um casal de pais aflitos e preocupados. Saúde é coisa séria e precisamos de pessoas sérias e competentes para administrar além da saúde, todas as secretárias do nosso municipio.

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  2. É a porta de entrada ocupada por um bando de incompetente, apadrinhados, sem sequer saber o que faz o SUS ou deixa de fazer, onde está a humanização que tanto falam, e esse Dr. poderia como forma de mitigar o problema, ter acionado na mesma hora a responsável por isso e dar a informação completa. É um jogo de empurra.

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oi