quarta-feira, 12 de março de 2014

O Racismo e a transição mental


A polêmica sobre o preconceito de cor voltou à tona após a situação vivida pelo jogador “Arouca”, do Santos Futebol Clube. Isso serve para abrimos novamente os olhos que insistem em se manter fechados.

O motivo principal desse preconceito origina-se em nossa Educação. Um homem adulto sempre terá dificuldade em aceitar as diferenças se, durante a infância e adolescência, testemunhou ações paternas reprováveis à luz do respeito pelo próximo.

Grande parcela da população brasileira “bate no peito”, dizendo que não tem preconceito, o que não é verdade.

Por em prática os empolgantes discursos de agregação de cor tem sido para poucos uma vez que não havendo mente evoluída, nada de bom se materializará.

“Negão”, “macaco”, “situação preta”, “negrinho”, “frango de macumba”, dentre outras expressões foram colocadas na boca de milhares de pessoas, por várias gerações, como se fossem “pronomes pessoais de tratamento”.

Antes de se combater e responsabilizar os agentes preconceituosos, é preciso atuar na transição da mentalidade.

Não se trata de nos eximir desse contexto já que todos nós, em alguma situação, já nos deparamos com essa realidade e não fizemos nada para melhorar.

Contudo, aqueles que evoluem e conseguem aceitar as pessoas por causa de suas qualidades e não pela cor da pele, tornam-se seres mais avançados em pensamentos e atitudes sem as amarras do preconceito.

Notem que o ponto crucial é respeitar as diferenças e isso deve ser a tônica para que um país possa crescer sem que interioridades possam se sobrepor a um bem maior, que é a paz entre os cidadãos independentemente de cor.

Sabe-se que o caminho da transição da mente é longo. Contra a nossa evolução de valores, encontram-se os pais, professores, maridos e esposas racistas. A nosso favor, estão aqueles que, na mistura de cor, colocam no mundo filhos libertos, profissionais defensores da igualdade e religiosos agregadores.

O grito que deve ecoar nos quatros cantos não é o de “não sou racista” e sim o de “estou caminhando para não ser”. Exterminar as atrocidades vindas da falta de respeito ao próximo é algo que não será deletado tão somente por leis mais severas ou campanhas públicas educativas.

A mudança começa no interior de cada um sem que a mídia tenha que ter ingerência direta nesse processo. Declarar guerra contra nós mesmos, matando com as nossas mãos todos os fantasmas que nos assombram é o meio mais eficaz para eliminarmos o receio de um neto nascer negro ou uma nora ou genro negro agregar-se à família.

A cor que se difere da branca ou da parda não nos traz enfermidade. Não é um vírus que dissemina deformidades físicas, sociais ou psicológicas. Trata-se de homens e mulheres que possuem o direito sagrado à dignidade da mesma forma que qualquer outro venha a ter.

O cantor Bob Marley já dizia que precisamos nos libertar da escravidão mental, pois ninguém, além de nós, pode libertar nossas mentes!

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