A ativista Elisa Quadros, a Sininho, teria dito que o suspeito que acendeu o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes seria ligado ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). O estagiário do advogado que defende Fábio Raposo – o jovem que admitiu ter passado o rojão ao sujeito que o acendeu – disse à polícia que teria ouvido a informação por meio de ligações telefônicas de Sininho. A notícia é do Fantástico e do site G1.
Freixo confirma que recebeu uma ligação de Sininho, que pediu ajuda por temer que Raposo fosse torturado na prisão, mas nega conhecer o outro suspeito de ter acionado o rojão:
— É uma das histórias mais absurdas que já vi – afirma Freixo. — Primeiro quero dizer que sou radicalmente contra qualquer forma de violência, seja de manifestante, seja da polícia. A violência eu discordo por princípio e por método, não nos leva a lugar nenhum. Não tenho a menor ideia de quem foi o responsável por aquela ação que vitimou o Santiago, que é uma pessoa conhecida e querida de nós. Uma atitude irresponsável que merece ser investigada e apurada. Em que diz respeito a este termo não tem o menor sentido durante um depoimento um telefonema de um advogado que diz que ouviu um depoimento, enfim, isso precisa ser apurado. Eu mais que ninguém quero que isso seja apurado. Espero que o delegado chame todos para depoimento, porque quem disse isso, se reafirmar, será processado por mim.
Mais tarde, no Facebook, Freixo disse que o advogado Jonas Tadeu Nunes, cujo estagiário o acusou, defendeu o miliciano e ex-deputado estadual Natalino José Guimarães. Já Guimarães, por sua vez, foi preso em 2008 devido às investigações da CPI das Milícias, presidida por Freixo.
Leia nota divulgada pelo deputado estadual Marcelo Freixo:
"A acusação publicada hoje pelo portal G1 é irresponsável e leviana. Segundo a matéria, uma ativista teria ligado para o estagiário do advogado de Fábio Raposo e dito que o responsável por acender o rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade é ligado a mim.
Além de a fonte da informação ser de uma fragilidade absurda e de a própria ativista negar ter me associado ao ocorrido, nenhuma prova concreta foi apresentada. Aqueles que afirmarem que o responsável pela explosão é ligado a mim terão que provar. Caso contrário, serão devidamente processados.
Sempre repudiei a violência nos protestos, seja ela praticada por manifestantes ou policiais. Discordo dela como princípio e como método para conquistar qualquer coisa.
As investigações sobre essa tragédia apenas começaram e é triste ver que um assunto tão importante e delicado é tratado com tamanha irresponsabilidade. A quem interessa transformar uma informação tão frágil num acusação tão grave?"
Leia post de Freixo no Facebook:
"Bomba: advogado que me acusa defendeu chefe da milícia
Vejam que coincidência! O advogado Jonas Tadeu Nunes (OAB/RJ 49.987), que me acusou de ter ligações com o homem que detonou o rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade, defendeu o miliciano e ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, que chefiou a maior milícia do Rio de Janeiro.
Eis a peça que faltava no quebra cabeça destas acusações absurdas. Natalino foi preso em 2008 graças às investigações da CPI das Milícias, presidida por mim na Assembleia Legislativa. À época, mais de 200 pessoas, entre elas várias autoridades, foram indiciadas. Natalino e seu irmão, Jerominho, que dividiam o poder, cumprem pena em presídios federais.
Seis anos depois, Jonas apresenta contra mim uma história cheia de contradições e fragilidades.
Zero Hora.
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