quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Rosinha e os verões passados


A gestão da Prefeita de Campos dos Goytacazes Rosinha Garotinho está no sexto ano. Antes dela, exerceu a chefia do poder executivo municipal, o médico Alexandre Mocaiber.

Em recente reunião ocorrida no Automóvel Clube de Campos a ex-governadora do Estado do Rio de Janeiro, incomodada com a pressão da mídia, no que diz respeito aos questionamentos acerca dos valores pagos pelos shows realizados no “Verão da Família”, solicitou, ao presidente da Câmara, Edson Batista, a abertura de uma CPI para apurar os gastos com os eventos.

Todavia, a prefeita deseja uma investigação nos shows realizados até o ano de 2007, ou seja, não quer que seja incluído, na apuração, os valores pagos durante a sua gestão e sim, nas de seus adversários políticos.

Entendo que a Prefeita tem o direito de apresentar aos cidadãos campistas os erros ocorridos nas administrações que a antecederam. Caso as provas existam, será de extrema valia que tudo venha a público de forma lícita e cristalina.

Por outro lado, ao desejar uma investigação pretérita, Rosinha pode colocar em situação constrangedora, atuais colaboradores que faziam parte da gestão de Arnaldo e Mocaiber e que hoje, são integrantes do grupo político liderado pelo deputado federal Garotinho, seu marido.

Somente para ilustrar, podemos citar com atuais colaboradores da Prefeita Rosinha e que estiveram nas gestões anteriores ao seu mandato, o médico Geraldo Venâncio, o secretário de obras Edilson Peixoto, o subsecretário de saúde e ex-vereador Dante Pinto, o secretário de limpeza pública Jorge Rangel, o médico e ex-deputado estadual Wilson Cabral e os vereadores Altamir Bárbara, Kellinho, Albertinho e Magal.

Não restam dúvidas de que em política a mudança de linha partidária é natural. Os nomes citados acima podem desde que entendam necessário, mudar de posição ideológica ou até de partido. Contudo, quando a Prefeita levanta máculas referentes às gestões passadas, de uma forma indireta, atinge seus colaboradores. Mesmo não estando envolvidos em nenhum ato ilícito, eles ficam em situação desconfortável e isso causa um desgaste à imagem que considero desnecessário e inconveniente.

A Prefeita Rosinha poderia grafar seu nome na história, caso incentivasse uma CPI ampla e irrestrita nos shows realizados no município de Campos desde a gestão de Arnaldo, passando pela de Mocaiber e terminando na sua própria administração.

Trata-se de um momento único em que ela, como gestora, poderá desmontar qualquer trabalho de mídia ou social que esteja levantando possíveis suspeitas nos contratos assinados dentro da Fundação Cultural Jornalista Osvaldo Lima, pela presidente Patrícia Cordeiro.

Um procedimento investigatório que retroaja para investigar os gastos públicos com os shows nas gestões passadas, deixando de fora, os seis anos de sua administração, levantará mais dúvidas.

Não custa lembrar de que estamos tratando de verba pública e não privada. É salutar uma análise ampla, pois é o dinheiro do contribuinte que se encontra circulando e fazendo com que artistas venham para a nossa terra apresentar seus trabalhos.

O verão é da família, mas o pagamento é feito pelos seus integrantes. Sendo assim, torço para que a Prefeita Rosinha, através de uma boa articulação política, possa entender que a melhor forma de esclarecer as dúvidas é abrindo as gavetas para que todos possam entender o custo e o benefício de tudo que vem sendo gasto com o verão campista.

Cláudio Andrade

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