Em ação protocolada nesta semana, o Ministério Público eleitoral acusou o pré-candidato do PR ao governo do Rio, Anthony Garotinho, de se apresentar como "guia espiritual" para conquistar votos de evangélicos.
O procurador Maurício da Rocha Ribeiro pediu que o deputado seja proibido de cadastrar fiéis e distribuir kits com livros e camisetas. Nos brindes, ele assina mensagens de teor religioso como "Irmão Garotinho".
A representação se baseia em reportagem publicada pela Folha no último dia 5. O deputado aposta no eleitorado evangélico para voltar a governar o Estado, que tem o menor percentual de católicos (45,8%) do país.
Para o Ministério Público, Garotinho é "notório" pré-candidato a governador e usa o programa "Palavra de Paz", no qual se dirige a fiéis, como arma de propaganda eleitoral antecipada.
Irmão Garotinho
O procurador também acusa o deputado de burlar a lei eleitoral ao distribuir brindes a quem acessa seu site e ouve seus programas de rádio, transmitidos por emissoras AM. Só podem se cadastrar no programa de Garotinho fiéis com domicílio no Estado do Rio, onde ele disputará a eleição para governador em outubro.
"Busca-se exaltar, em ano eleitoral, mesmo que por meio de conotação religiosa, a figura do representado Garotinho, que busca fixar sua imagem através da provisão de bens aos possíveis eleitores", diz a ação.
O Ministério Público pede que o deputado seja punido com multa de R$ 5.000 por dia caso continue a cadastrar fiéis e distribuir brindes com seu nome. Como a representação inclui um pedido de decisão liminar, o caso deve ser julgado nos próximos dias pela Justiça Eleitoral.
Esta será a oitava ação contra Garotinho por propaganda eleitoral antecipada desde o ano passado. Os pré-candidatos Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Lindbergh Farias (PT) já foram alvo de sete ações cada um. De acordo com a lei eleitoral, os políticos só podem pedir votos a partir de 5 de julho.
OUTRO LADO
A assessoria de Garotinho informou que ele só se pronunciará depois de ser notificado. Em dezembro, o deputado negou que o cadastro de fiéis tenha finalidade eleitoral. "Isso não tem nada a ver com campanha, e o livro que eu envio não tem nenhuma conotação política."
O ex-governador também se disse surpreso com o fato de o seu site só aceitar o cadastro de evangélicos com domicílio no Rio. No entanto, a regra continuava a valer até ontem.
Folha de São Paulo
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