segunda-feira, 29 de julho de 2013

Atriz Fernanda Torres analisa situação de Cabral e teme populismo de Garotinho








Deixei o Rio de Janeiro há duas semanas. O clima ameno do inverno me fez lamentar a viagem. Adoro o Rio de abril a julho, a atmosfera limpa e a temperatura ideal.

Nova York derrete sob um calor de Madureira.

Fui assistir ao musical de David Byrne sobre a vida de Imelda Marcos. Achei um pouco ingênuo, mas gostei de saber da história. Ela guarda alguns paralelos com as manifestações populares que tomaram conta do Brasil. Em frente ao balcão do palácio, com o povo linchando os bonecos do casal Marcos, Imelda pergunta à massa o porquê de não gostarem dela. Depois, foge para os Estados Unidos em um helicóptero, acompanhada de cinquenta membros de seu partido e 3 000 pares de sapato.

Quando saí do Rio, a vigília em torno do prédio do governador Sérgio Cabral estava apenas começando. Amigos mais engajados se juntavam ao protesto e muitos sofreram com a ação violenta da polícia.

Boatos, vindos de gente bem informada, levantavam a apavorante hipótese de a truculência da guarda estar partindo não da Secretaria de Segurança, mas das milícias infiltradas na corporação, insatisfeitas com a atual política.

Conhecidos, revoltados com a ponte aérea Rio-Porto Belo do helicóptero do governador, prometiam fazer o que estivesse ao alcance deles para tirar Cabral do poder.

Alguns se aglomeraram na porta da igreja para berrar contra o casamento milionário da filha de um empresário de transporte. Outros tentaram controlar a fúria dos companheiros de passeata. Um homem retrucou dizendo que estava ali porque era incapaz de sustentar a própria família com a merreca que ganhava por mês. Tomado, investia contra lojas e restaurantes da Zona Sul.
Meu irmão viu uma turba de encapuzados de preto, munidos de pedras, se dirigir para Ipanema.

A revolução popular comporta muitas tribos, muitas vontades e muitos pontos de vista. Não é à toa que a Revolução Francesa decapitou seus principais líderes após a vitória.

Cabral velejava nos bons ventos das UPPs e dos eventos esportivos que viriam sustentar a economia do Rio de Janeiro até 2016. Foi pego pelo jantar da Delta, em Paris, e pelo uso abusivo do transporte aéreo. De uma hora para outra, vestiu a coroa de Luís XVI.
A ditadura das ruas, se perpetuada, corre o risco de se tornar algo brutal, perigoso e irascível. Resta saber quem sairá fortalecido dessa batalha.

Temo tanto a esquerda radical, pura, virgem, que vê em todo e qualquer empresário um corrupto em potencial, quanto o capitalismo sem freio, que aceita conchavos, subornos e privilegia aliados. Mas me apavora, acima de tudo, o populismo de Garotinho.

Eu me pergunto se a grita não beneficiará, mais tarde, forças políticas devastadoras.

Tenho refletido sobre as opções para 2014. A ideia de que as milícias estariam por trás da ação dos policiais, com o objetivo de acabar com a credibilidade do trabalho de José Mariano Beltrame, é uma triste possibilidade. Quando eu me lembro de Álvaro Lins, tenho vontade de chorar.

É preciso ter cuidado para não servir de massa de manobra para as sempre alertas forças ocultas.

Como diz um amigo budista, o mal é sempre poderoso e a virtude, frágil como pluma.

6 comentários:

  1. A QUEM SERVE A LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO?


    O debate a certa da corrupção ganhou maior força com a tentativa da direita de manipular as manifestações pelo passe livre, impondo esta bandeira.

    DEMAGOGIA, EU QUERO UMA PARA VIVER

    A "luta contra a corrupção" é puramente demagógica e eleitoral sem qual resultado efetivo para diminuir a corrupção, terminando sempre com a punição de bodes expiatórios e de desafetos dos grandes capitalistas e donos do regime político.


    A CLASSE TRABALHADORA VAI AO PARAÍSO

    Para a classe trabalhadora, no entanto, a nada interessa esta campanha.

    A luta do trabalhador é por questões concretas e não de cunho moral, neste sentido, a luta deve ser pela melhoria das condições de vida da classe operária e a mudança do sistema, e não a melhora “moral” deste.

    NA MORAL, NA MORAL

    Além disso, sequer é possível acabar com a corrupção no sistema capitalista, uma vez que esta faz parte do funcionamento normal deste.

    As campanhas morais são usadas pela direita para tentar ganhar parte da classe-média para a sua política, que na verdade não tem nada de moral.

    Sob bandeiras, em geral vagas, e o clima de histeria repressiva criada por estas campanhas, eles procuram mobilizar determinados setores para apoiar suas políticas, de maneira sub-reptícia.

    A corrupção não deve ser vista como um problema moral, mas algo que faz parte do funcionamento normal do sistema capitalista.

    É A MINHA CONDIÇÃO

    O interesse da classe operária é de conseguir melhorias à condição de vida dos trabalhadores e acabar com o atual sistema de exploração; partindo de reivindicações concretas, como aumento salarial e a redução da jornada de trabalho.

    SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA

    A Fernanda Torres citou Imelda Marques, esta ilustra muito bem a ideia de que lutar pelo fim da corrupção não leva a nada.

    Imelda voltou em 1991, já viúva, as Filipinas e trouxe consigo o corpo embalsamado de seu marido que hoje é exposto ao público como um herói filipino.

    No ano seguinte ao seu retorno após 5 anos de exílio ela tentou se candidatar a política se usando do 'fantasma' de seu falecido marido, porém só em 1994 consegue assumir o cargo de deputada onde fica até 1998.

    Desde então ela continua presente na política e em 2010 voltou a se tornar deputada, sendo a mais votada do país.

    Entre 2007-2008 enfrentou julgamento por corrupção, porém foi absolvida e hoje é uma cidadã 'limpa' das filipinas.

    Imelda conheceu diversos papas, entre eles Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI e já foi várias vezes ao Vaticano para passear ou pagar promessas.

    Imelda é mãe de Imeé Marcos (política filipina), Ferdinando Marcos Júnior (político filipino), Irene Marcos e Aihmeé Marcos.

    ResponderExcluir
  2. O triste de tudo isso é não saber em quem acreditar. Até aquele que tem tentado ser o bom mocinho, causa pânico em pessoas mais cultas.Quem tem credibilidade nesse PAÍS? Ainda temos tempo para poanderarmo em quem votaremos ano que vem. Ufa, pelo menos um voto eu tenho certo!

    ResponderExcluir
  3. Fernanda, vc deve ficar com Cabral, afinal, ele é quem governa para a elite que vc representa! Garotinho é popular pq governa para a classe dos mais desfavorecidos, o que não é o seu caso!

    ResponderExcluir
  4. anonimo das 20:03.sua imbecilidade eh bestial!!!fernanda torres esta no patamar dela por puro talento e nao por puxa-saquismo de quem precisa de disto pra sobreviver.
    Entao a classe intelectual brasileira e carioca que nao suporta o patetinha da lapa eh elite?!vai estudar!!!

    ResponderExcluir
  5. Anonimo das 20:03 vc é burro e puxa-saco, Fernanda sempre foi contra tudo isso e muito mais. Abre o olho, tudo não passa de mais uma manobra dos perigosos da Lapa.

    ResponderExcluir
  6. Hihihihih...Nada é por acaso....

    http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/110229/Por-que-Fernanda-Torres-socorreu-Cabral.htm

    ResponderExcluir

oi