Jornal Terceira Via
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"A mídia explode e o homem público, nem sempre"
O conceituado jornalista Ricardo Noblat, do Jornal O Globo, noticiou em seu blog que, ao sair de uma festa em Brasília, foi agredido verbalmente pelo ministro José Antônio Dias Tóffoli, do Supremo Tribunal Federal. Segundo Noblat, ex-advogado de Lula e do deputado cassado José Dirceu, o ministro desferiu contra si diversas palavras de baixo calão que, por questões óbvias, não serão reproduzidas aqui.
O cerne do presente artigo consiste na relação instável que alguns homens públicos possuem com a mídia. Não se pode negar que os meios de comunicação vivem de fatos e não há, no Brasil, classes que ofereçam mais pautas do que o Judiciário e a Política.
Quando um cidadão ingressa na carreira pública ( por nomeação, eleição ou concurso de provas e títulos) deve estar ciente de que a partir desse ingresso, suas vidas tomarão rumos diversos e surpreendentes. Quaisquer de seus atos- sejam públicos ou de ordem privada- se tornarão matéria jornalística. Dependendo do grau de notoriedade do homem público, seus atos poderão ganhar as capas de jornais e revistas de grande circulação.
Nesta linha de raciocínio, imprescindível dar destaque ao advento da mídia on line. Esse novo meio de interação vem crescendo e cobrando do homem público uma postura mais responsável. Um mero deslize pode cair na rede, adentrando o mundo real em questão de segundos. Para tanto, basta qualquer meio eletrônico ou digital para registrar o fato que repercutirá como uma explosão na mídia.
No início da carreira pública, na busca desenfreada pela notoriedade, a exposição sem medida é algo almejado. O homem público, no prazer de se ver como notícia, chega a enviar às redações jornalísticas dossiê de todos os seus passos para uma divulgação enérgica. Suas assessorias de imprensa lotam com fotos convidativas as caixas de e-mails dos colunistas sociais e a dos redatores, com inúmeras notas, inclusive as que desabonem a conduta de seus adversários.
Neste momento, o homem público e sua assessoria se esquecem de que o que surte efeito, no mundo político, é efêmero. O que hoje se mostra maravilhoso pode, amanhã, se tornar uma tragédia moral. E quando um desses políticos é acusado de ilícitos penais ou cíveis ou é flagrado em algum suposto crime, inclusive de ordem sexual, querem cobrar da mídia uma postura neutra. Uma atitude contraditória! Um verdadeiro contrassenso!
É inegável que há posições da mídia que não resguardam o devido contraditório. Quando o fazem, não conferem a esse direito o mesmo espaço que ofereceram à ‘notícia acusatória’. Em contrapartida, também é inegável que o que realmente esse homem- seja ou não agente público- espera é que o fato desabonador a ele imputado seja ignorado pelos órgãos de imprensa.
Quando essa benevolência da mídia não ocorre, esses pseudo ofendidos partem para o ataque. Creditam à mídia todo o inferno astral por eles vivido. Trata-se de uma postura oportunista de quem se valeu da publicidade gratuita para a projeção pessoal e laboral, mas quando se vê, nas nuances do ringue, sentindo-se ‘nocauteado’, não reluta em descreditar a mídia e a publicidade que, certa vez, lhe foram convenientes.
Sem dúvida, a relação homem público e mídia é extremamente complexa. Um verdadeiro jogo de interesses. O agente público almeja obter da mídia a divulgação de suas versões sobre questões controvertidas e de suas explicações sobre denúncias a eles imputadas. Contudo, o que não lhes favorecer deve ser esquecido e ignorado.
É também uma relação desigual. Isso porque o homem público e notório não dispõe dos mesmos recursos tampouco do grau de imediatismo que o jornalista possui por meio de seu veículo de informação. A mídia explode e o homem público, nem sempre. O jornalista sai na vantagem.
Se o que nutre essa conturbada relação é a notícia de cada dia, esse binômio homem-mídia estará sempre oscilando. O que é notícia hoje não será novidade amanhã. O homem público de hoje estará numa ostra amanhã. São, sem dúvida, as nuances do ringue.
Quando um cidadão ingressa na carreira pública ( por nomeação, eleição ou concurso de provas e títulos) deve estar ciente de que a partir desse ingresso, suas vidas tomarão rumos diversos e surpreendentes. Quaisquer de seus atos- sejam públicos ou de ordem privada- se tornarão matéria jornalística. Dependendo do grau de notoriedade do homem público, seus atos poderão ganhar as capas de jornais e revistas de grande circulação.
Nesta linha de raciocínio, imprescindível dar destaque ao advento da mídia on line. Esse novo meio de interação vem crescendo e cobrando do homem público uma postura mais responsável. Um mero deslize pode cair na rede, adentrando o mundo real em questão de segundos. Para tanto, basta qualquer meio eletrônico ou digital para registrar o fato que repercutirá como uma explosão na mídia.
No início da carreira pública, na busca desenfreada pela notoriedade, a exposição sem medida é algo almejado. O homem público, no prazer de se ver como notícia, chega a enviar às redações jornalísticas dossiê de todos os seus passos para uma divulgação enérgica. Suas assessorias de imprensa lotam com fotos convidativas as caixas de e-mails dos colunistas sociais e a dos redatores, com inúmeras notas, inclusive as que desabonem a conduta de seus adversários.
Neste momento, o homem público e sua assessoria se esquecem de que o que surte efeito, no mundo político, é efêmero. O que hoje se mostra maravilhoso pode, amanhã, se tornar uma tragédia moral. E quando um desses políticos é acusado de ilícitos penais ou cíveis ou é flagrado em algum suposto crime, inclusive de ordem sexual, querem cobrar da mídia uma postura neutra. Uma atitude contraditória! Um verdadeiro contrassenso!
É inegável que há posições da mídia que não resguardam o devido contraditório. Quando o fazem, não conferem a esse direito o mesmo espaço que ofereceram à ‘notícia acusatória’. Em contrapartida, também é inegável que o que realmente esse homem- seja ou não agente público- espera é que o fato desabonador a ele imputado seja ignorado pelos órgãos de imprensa.
Quando essa benevolência da mídia não ocorre, esses pseudo ofendidos partem para o ataque. Creditam à mídia todo o inferno astral por eles vivido. Trata-se de uma postura oportunista de quem se valeu da publicidade gratuita para a projeção pessoal e laboral, mas quando se vê, nas nuances do ringue, sentindo-se ‘nocauteado’, não reluta em descreditar a mídia e a publicidade que, certa vez, lhe foram convenientes.
Sem dúvida, a relação homem público e mídia é extremamente complexa. Um verdadeiro jogo de interesses. O agente público almeja obter da mídia a divulgação de suas versões sobre questões controvertidas e de suas explicações sobre denúncias a eles imputadas. Contudo, o que não lhes favorecer deve ser esquecido e ignorado.
É também uma relação desigual. Isso porque o homem público e notório não dispõe dos mesmos recursos tampouco do grau de imediatismo que o jornalista possui por meio de seu veículo de informação. A mídia explode e o homem público, nem sempre. O jornalista sai na vantagem.
Se o que nutre essa conturbada relação é a notícia de cada dia, esse binômio homem-mídia estará sempre oscilando. O que é notícia hoje não será novidade amanhã. O homem público de hoje estará numa ostra amanhã. São, sem dúvida, as nuances do ringue.
Cláudio Andrade
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