Em entrevista ao Jornal das Dez da última sexta-feira (20), o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, disse que o deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP) atuava como “um verdadeiro agente da Delta” junto ao órgão, responsável pela contratação de obras em rodovias no país.
“Olha, eu entendo que o deputado Valdemar da Costa Neto, ele era um verdadeiro agente da Delta, como era de outras companhias. Mas era um verdadeiro agente da Delta dentro das instituições”, disse Pagot em entrevista ao repórter Gerson Camarotti.
Pagot afirmou à revista Época que perdeu seu cargo no Dnit por contrariar os interesses da empreiteira Delta e do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A Delta está sob suspeita devido a indícios de envolvimento com Cachoeira, preso desde fevereiro pela Polícia Federal sob suspeita de exploração de jogo ilegal. A Delta e seus diretores podem ser investigados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aberta no Congresso para apurar as relações de Cachoeira com agentes públicos e privados.
Questionado sobre se Costa Neto tinha sucesso ao atuar em nome da Delta, o ex-dirigente do Dnit respondeu que “muitas vezes sim, outras vezes não”. “E quando ele não tinha, a raiva crescia. Tanto que eles fez vários movimentos para me tirar do Dnit”, acrescentou Pagot.
Pagot foi demitido no ano passado entre dezenas de servidores supostamente envolvidos em irregularidades no Ministério dos Transportes.
A demissão em massa na pasta, que ficou conhecida como “faxina”, foi determinada pela presidente Dilma Rousseff por suspeita de superfaturamento em obras e direcionamento de licitações. Costa Neto era suspeito de praticar tráfico de influência e cobrar propina para as obras.
‘Contrariedade’
Ainda segundo Pagot, a empresa demonstrava contrariedade com exigências feitas pelo órgão. Um dos reclamava, disse, era Cláudio Abreu, diretor afastado e apontado como braço direito de Cachoeira. Ele também diz que Fernando Cavendish, o dono da Delta, também aparecia.
“O Fernando Cavendish eventualmente, a cada 60, 90 dias aparecia para uma visita, para apresentar alguma sugestão, alguma reivindicação, alguma reclamação, enfim”.
Ao Jornal das Dez, Costa Neto admitiu ter relações sociais com o dono da Delta, mas negou ter defendido os interesses da construtora nos Transportes. A assessoria da Delta afirmou que Claudio Abreu jamais fez reclamações em nome da empresa junto ao Dnit.
As informações são do G1.
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