“Operação cinquentinha”: o resultado do processo pouco importa se não tivermos mudança de consciência.

Por Cláudio Andrade

Alguns alardeiam que a Justiça irá considerar os atos ilícitos praticados na chamada “Operação cinquentinha” como de menor potencial ofensivo. Nesse contexto gostaria de dizer que o êxito ou não da demanda judicial deve ser deixada em segundo plano, afinal o que realmente precisamos é mudar nem que seja a fórceps a nossa consciência. 

A condenação dos réus integrantes do pólo passivo da ação não irá mudar o modus operandi de captação de sufrágio, afinal existem pessoas para tudo, inclusive para comprar e vender votos. 

Em ano eleitoral existem pessoas que usam o seu voto como mercadoria para acréscimo financeiro familiar e se gabam disso. Alguns recebem de dois ou mais candidatos e no dia do pleito votam em um terceiro. Para esses, qual a finalidade de uma decisão moralizadora nos autos da ação que investiga uma suposta compra de votos no distrito campista de Vila Nova? 

No fundo, ao meu sentir, essas ações são tremendas peças teatrais, onde no primeiro ato tudo parece sério e moralizador, mas com o passar do tempo e diante de instruções probatórias complexas e muitas vezes inócuas o mérito deságua em uma sentença decepcionante para os homens de bem. Para os adoradores de um sistema corrupto e em metástase trata-se de mais uma vitória velada.

Cláudio Andrade