Royalties: quem vai ao Rio?

Amanhã, tudo indica que centenas de campistas irão para a capital do Estado do Rio de Janeiro para protestar em defesa da manutenção dos Royalties do Petróleo nos moldes atuais. 

Ao meu sentir, mesmo debaixo de severas críticas, entendo ser a manifestação que se aproxima um equívoco. Aqueles que se dirigirão a Cinelândia sabem realmente a sua função dentro do contexto político, econômico e eleitoral? 

Vale ressaltar de início que os Royalties irão acabar e não discutir formas alternativas de crescimento econômico para os municípios é um tremendo erro. Quantos Prefeitos mobilizaram seus munícipes para debaterem alternativas agrícolas, na construção civil, nas redes hoteleiras que possam salvar esses entes federativos que vergonhosamente se encontram dependentes das verbas indenizatórias vindas do ‘ouro negro’? 

A mobilização popular no caso em questão esconde um processo político partidário que envolve as eleições para o governo do Estado do Rio de Janeiro. Qualquer um em sã consciência sabe bem, que se os políticos envolvidos nos eventos de amanhã estivessem imbuídos apenas no bem comum, fariam os movimentos em conjunto. 

Trata-se de tarefa impossível, afinal todos eles, independente de bandeira partidária sabem que os Royalties um dia cessarão. Poderia ser hoje, pode ser amanhã, daqui a cem anos, mas vai acabar como tudo nessa terra. A verdadeira luta é para saber quem vai ser o ‘pai’ da resistência. 

O grande equívoco é dar aos eventos ares de ‘revolução’, onde o salvador alçará a condição, em tese de favorito como alternativa na disputa pela cadeira do executivo estadual. A mobilização de amanhã em nada acrescenta no contexto positivo no que tange a sensibilização daqueles responsáveis pela análise da viabilidade em redirecionar ou não as verbas petrolíferas indenizatórias. 

Quem vai ao Rio? O empresário que já está remodelando o seu modo laborativo? Os empreiteiros que dançam conforme a música, com prejuízos ínfimos dentro do contexto macro? A imprensa, sedenta por notícias, sejam elas favoráveis ou não? 

Quem vai ao Rio? Ao meu sentir, teremos uma praça cheia de atônitos que, infelizmente dependem dos Royalties, pois embutiram em suas mentes que o peixe manchado de Petróleo é ainda melhor do que a vara limpa da independência. 

Cláudio Andrade