terça-feira, 20 de setembro de 2011

O BULLYING



A sociedade costuma condenar pessoas por atos praticados levando em conta apenas o conjunto da obra e não os pormenores que podem ter desencadeado as reprováveis ações.  A médica Ana Beatriz Barbosa Silva lançou um livro denominado “Mentes perigosas nas escolas; Bullying” que retrata bem o processo evolutivo opressor que em grande parte das vezes causa danos internos irreparáveis aos jovens e adolescentes em formação e sendo, em alguns casos ponto nodal na construção de delinqüentes perigosos.

Ao meu sentir o tema é de extrema relevância no cenário atual.  Os pais e os centros escolares precisam operar de forma coletiva medidas que possam ser inseridas no contexto educacional para que os sinais de bullying sejam identificados no nascedouro evitando a deteriorização gradativa interna de quem é vítima.  

Importante ressaltar que o tema em comento não é um fenômeno novo. A grande questão atual é reconhecermos a nossa parcela obrigacional na formação de milhares de jovens, afinal a família e a escola não podem buscar isenção nesse processo de construção ética e moral dos nossos futuros adultos.

A guisa de ilustração importante se faz ressaltar que as escolas hoje devem ser vistas como microssociedades. Muitas delas são verdadeiras cidades aonde as relações humanas vão além das salas de aula. Em alguns casos, os jovens e adolescentes passam mais tempo juntos do que em suas próprias residências, partilhando um mix cultural, moral, sexual e de condutas inimaginável.

Outra questão relevante e que deve ser analisada com critério pelos pais é como buscar o equilíbrio entre os dogmas educacionais transmitidos pelos seus antepassados e o que se deve apresentar aos filhos dessa nova geração. Seria possível conciliar educações díspares moldadas em contextos sociais antagônicos?

O fenômeno do Bullying ainda não possui uma legislação que possa amparar nas vias judiciais aqueles que passaram uma parcela considerável de suas vidas sendo presas nas mãos de seus algozes. Insta salientar que vários homicídios e suicídios tiveram alavanca inicial nas práticas de atentado moral e físico sofrido por seres humanos sem qualquer poder de reação.

Gordos, magros, altos, baixos, inteligentes, deficientes, todos são vítimas em potencial desse terrível sistema orquestrado por agressores frios e calculistas. Outro tema que merece atenção é o bullying homofóbico que se alastra pela internet onde milhares de pessoas sofrem na pele e na mente os horrores praticados pelos segregadores sexuais virtuais.   

Não tenho a pretensão de esgotar o tema, mas entendo que o mesmo é de extrema relevância e precisa ser debatido de forma exaustiva para que possamos contribuir de forma concreta por uma sociedade, constituída de homens e mulheres promissores e respeitosos no que tange as diferenças individuais.

Cláudio Andrade.

10 comentários:

  1. A sociedade moderna cada vez menos preparada, para aceitar perdas e frustrações inerentes ao homem.

    Por outro lado, esta mesma sociedade que atualmente repousa mais sobre a ciência do que sobre a consciência..

    Deixou de ser uma sociedade bem organizada, onde os bons deveriam
    servir de modelo e os maus de exemplo.

    Na sociedade atual, o homem está mais corrompido pela razão do que pelas paixões de antigamente...

    A sociedade é a união dos homens, e não os próprios homens.

    Toda a sociedade que pretende assegurar a liberdade aos homens deve começar por garantir-lhes a existência e a dignidade.

    O Bullying representa a degeneração da consciência humana, passada de pais pra filhos! tanto das vítimas despreparadas quanto dos arrogantes que o praticam.
    Falta de Fé, de amor e do insondável Deus!
    Um abraço
    @tovaga

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  2. Continuo sendo adepta do pensamento: " se preocupe em conquistar a amizade do seu filho e não o respeito" aliado a isto, a questão da alternância no mercado de trabalho numa revisão dos valores que realmente são importantes aquela família constituída de forma que o TER não se sobreponha ao SER.

    Fui vítima de buylling e na minha época nem era esse o nome que se dava. putzzz ser chamada de "joana bigodinha" que era o mesmo apelido de uma mulher gorda, suja, porca, imunda que ficava na entrada do cinema, era cruel. A mãe de quem me chamava foi que me ensinou a dar o troco a ele, chamá-lo de "leite de vaca" (nome: Neidivar). Simplesmente parou.

    Mas até isto acontecer, sofri e muito e abriu precedentes.

    Abrçs

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  3. Tema da moda "o bullying" (palavra difícil rs) é algo muito discutido e não vejo nada, absolutamente nada, que se faça para evitar. Nunca ouvi falar de uma escola ou algum orgão que tenha tomado providências para evitar ou confrontar o problema. Sinceramente? Deve ser muito difícil para quem sofre o "dito cujo" enfrentar sozinho ou acompanhado, seja por algum professor ou alguém da escola, o problema. Pois no meu ponto de vista isso seria muito mais fácil de lidar se fosse idenficado por alguém, por ex. um professor, e esse alguém avisasse os pais tantos do agressor quanto do agredido e isso fosse tratado em casa com a família, pois não existe nada melhor do que levar uma boa bronca dos pais em casa, ou receber o apoio dos pais em casa. Esse assunto é uma questão de educação, mas não da escola e sim dos pais. Cada vez mais coloca nas costas do governo a culpa da falta de educação das pessoas e com isso milhares de pais esquecem de educar os seus filhos ou ter uma boa conversa em casa. Eu já sofri o "dito cujo" mas na minha época era normal. Eu já ajudei pessoas que sofriam com o "dito cujo" assim como já pratiquei o "dito cujo", mas na minha época isso não era visto dessa forma, eu nem comentava com a minha mãe o que eu sofria na escola pois era normal.

    Essa é minha opinião, extremamente, superficial sobre o assunto.

    Abs

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  4. Crianças que têm uma boa educação em casa sabem respeitar as diferenças e conviver em harmonia.
    Grande parte da culpa de crianças serem desrespeitosas, é dos pais q não transmitem bons exemplos.

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  5. Está de parabéns pela abordagem...
    realmente há uma exclusão de temas relevantes para a sociedade.
    Um forte abraço e continue neste lastro.

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  6. Bela abordagem!
    Infelizmente a nossa legislação é omissa para atender as verdadeiras necessidades sociais.

    Continue assim!

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  7. Parabéns pela divulgação do tema. O tema precisa mesmo ser divulgado, debatido com a sociedade, no meio escolar, com professores, pais, da melhor e mais abrangente forma possível.
    Como dizem alguns autores, sobre o assédio moral, a legislação sozinha não muda muita coisa, o mais importante são ações no meio social, organizacional.
    Hà no Brasil, alguns projetos de lei em andamento, no sentido de punir os sujeitos ativos do assédio moral. Mas, o mais importante, na minha humilde e modesta opinião é a discussão dentro das organizações e da sociedade.
    A consciência e conhecimento do fenômeno é muito importante.

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  8. Cláudio , o bullying é e sempre foi, sem dúvida alguma , uma forma de oprimir as minorias . Em tempos violentos como estes , a prática tende a piorar e muito .
    Vide o que ocasionou as vítimas deste nos últimos anos . Uma verdadeira "bola de neve" .
    É um assunto para ser discutido e combatido , principalmente nas escolas, com a participação dos responsáveis por essas crianças e adolescentes .

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  9. Hoje vi uma informação de que existe em tramitação na Câmara dos Deputados,a autora é uma deputada do MS, um lei sobre o Bullying. Nâo sei o conteúdo, mas de toda forma já existem projetos de lei em andamento.
    Ocorre que, repito, a lei sozinha não resolve nada.

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  10. Eu sei como e isso. Eu já sofri muito com o Bullying na escola e me sentia um lixo, eu não queria ir para a escola e sempre me isolei de todo mundo. Queria que quem pratica sofresse uma punição gravissima para eles verem como e se sentir um lixo.

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oi