O acidente com o helicóptero que caiu na noite de sexta-feira em Porto Seguro (BA), com sete pessoas a bordo, deixou de luto a alta sociedade carioca e gerou manifestações de solidariedade às famílias das vítimas.
Com todo o respeito devido, fiquei pensando como as tragédias na ala alta da sociedade parecem ser mais dilacerantes do que as sofridas na ala média e baixa. Homicídios, acidentes aéreos, automobilísticos e chacinas, tudo isso, quando envolve nomes carimbados da higt society tem o efeito de uma tsunami, ao passo que nas demais classes parecem mais um dia de cão.
Ao meu sentir, trata-se de uma prova concreta de que os mundos são divididos de forma tão desigual que o sofrimento parece ter escala social e econômica. A lágrima de uma mãe do subúrbio serve para o cinismo de uma capa de jornal, mas não deve ser utilizada para uma campanha de desarmamento, afinal na peça publicitária melhor seria o pronunciamento de Cissa Guimarães. Uma dor mais midiática aos olhos dos publicitários.
Quantos filhos do Brasil são assassinados todos os dias, levando mães ao desespero? Quantos casos desses são tratados de forma pública? As comoções geradas na alta sociedade, quando membros dela são ceifados de forma trágica, recebem uma publicidade que corrobora com a tese de que ali, o sinistro é indesculpável, improvável, repugnante e precisa de ações enérgicas dos poderes constituídos.
Na ala média e baixa os mesmos sinistros são prováveis, lógicos, esperados e fruto de conturbadas relações instáveis de cunho familiar, econômico, social. Sendo assim, preenchem as rodas de entrevistas de programas de televisão ancorados por cidadãos que não conhecem o andar de baixo.
Vale destacar que no seqüestro de Abílio Diniz, executivo do Grupo Pão de Açúcar, em Setembro de 1989 e no assassinato de Daniela Perez ocorrido em Dezembro de 1992, a notoriedade dos casos fez com que alterações significativas pudessem ser feitas na legislação penal, fato improvável se levássemos em conta apenas os índices acerca dos delitos.
A dor experimentada não pode ser medida como se estivéssemos diante de um processo indenizatório. Esse sofrimento de perda é interno, corrosivo e particular, sendo a sua extensão um efeito não passível de medição.
Religiões e crenças a parte, as dores são iguais e não podemos ser hipócritas ao ponto de qualificarmos as lágrimas, como se os olhos que as liberam fossem divididos por classe social.
Cláudio Andrade
De fato Dr. Claudio, a maioria da classe alta pinta seu próprio mundo. Onde as mazelas da camada inferior da pirâmide raramente têm reconhecimento.
ResponderExcluirPara colaborar com seu pensamento poderíamos comparar esses dois casos.
O tratamento para classe alta - “Sou morador do condomínio que fica na Avenida Nilo Pessanha nº405 Parque Santo Amaro entre a academia Estação Saúde e o supermercado Walmart. Você já deve ter ouvido falar do (P.A.D) Programa de Assistência Domiciliar da Prefeitura de Campos. Aquí neste condomínio na casa de nº 8 mora uma senhora chamada Sílvia e a mesma recebe atendimento 24hs de 4 técnicos de enfermagem cedidos pelo P.A.D para cuidar de sua mãe acamada. Até aí tudo bem, eu só não entendo porque que essa senhora com o padrão de vida que ela tem: (casa luxuosa com piscina iluminada, carros novos na garagem empregada) etc., tira a vez de um pessoa pobre que precisa da mesma assistência do P.A.D poxa, ela pode.” As informações foram enviadas ao Momento Verdadeiro por um morador do condomínio.
O tratamento para classe baixa – Uma enfermeira revela que desde 2008 solicitou avaliação de outros profissionais, tais como: fisioterapeuta, nutricionista, ortopedista, e assistente social, para avaliar e auxiliar o senhor Ediel. Disse ainda que na época, de acordo com o laudo médico, ele já apresentava desvio de coluna cervical de convexidade esquerda, redução da amplitude dos espaços intervertebrais, uncoartrose à direita, entre outros problemas especificados no histórico do paciente.
O que isso parece - Dois pesos duas medidas diferentes!
Washington Luiz - Jonalista
Ilustre Redator,
ResponderExcluirNão fora somente a oportunissíma manifestação de sua parte, também o parabenizo pela redação equilibrada que deu ao tema.
Percebe-se claramente um crescendo de maturidade em seus textos.
Por tudo, parabéns, mesmo.
A DOR DO POVO DE BAIXA RENDA É MAIOR EM QUALQUER SITUAÇÃO DR CLAUDIO...
ResponderExcluir"Na segunda-feira (17), a prefeita Rosinha estará novamente no Rio para discutir a revisão do projeto autorizada por Eike Batista, com a presença do arquiteto e ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, que presta consultoria à EBX. Rosinha, acompanhada de técnicos da prefeitura de Campos, como o coordenador Antonio José, defenderá ainda atenção para as desapropriações que serão feitas a partir da região da Baixada Campista. “O corredor vai cortar propriedades rurais, mas não adianta desapropriar uma área e deixar uma faixa pequena, cortada pelo corredor logístico para o produtor, que não poderá fazer nada no pedaço de terra remanescente, é preciso desapropriar toda a área”, cita a prefeita Rosinha".
EIKE BATISTA TEM AVAL DA PREFEITA ROSINHA PARA DESAPROPRIAR A BAIXADA CAMPISTA, O FILME DE SÃO JOÃO DA BARRA SE REPETE EM CAMPOS... ELE SERÁ O DONO DE CAMPOS. SERÁ QUE ELE NÃO QUER DESASPROPRIAR A CASA DOS GAROTINHOS TAMBÉM???
Dr. é reflexo de quem faz a mídia jornalistica de nosso país
ResponderExcluirFoi preciso cair um helicóptero na Bahia, num terrível acidente em que sete pessoas morreram, para que viessem a público as estreitas ligações do governador Sergio Cabral com o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, empreiteira responsável pela reforma do Maracanã (em associação com a Odebrecht e a Andrade Gutierrez).
ResponderExcluirCoincidentemente, a Delta é também a empreiteira que mais recebeu recursos do Programa da Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo o portal Transparência, da Controladoria-Geral da União, do total de R$ 11,8 bilhões já despendidos pelo governo federal este ano, a Delta Construções foi a que recebeu a maior fatia: R$ 254,6 milhões.
O pior é a mentira. Podia-se argumentar que o governador e o empresário são amigos há muitos anos. O relacionamento dos dois poderia até ser uma coisa normal, digamos assim. Mas logo surge a assessoria do governador para esclarecer que Sergio Cabral só chegara a Porto Seguro depois do acidente, em solidariedade à morte da namorada de um de seus filhos. Ao dar essa informação, qual o objetivo da assessoria? Lógico, o interesse era estabelecer que não havia qualquer ligação entre o governador e o empreiteiro.
Mas acontece que o prefeito de Porto Seguro, Gilberto Pereira Abade, deu declarações ao importante jornal “A Tarde”, de Salvador, relatando que na manhã de sexta-feira encontrou-se com Cabral em Porto Seguro, que estava a passeio na cidade. Pior, as informações são de que, antes do acidente, o governador almoçou com o empresário, a família dele e os convidados no Villa Vignoble Terravista Resort, em Trancoso. De lá, o grupo começou a ser levado de helicóptero para o Jacumã Ocean Resort, a 15 km. Como eram muitas pessoas, foi preciso fazer mais de uma viagem. E Cabral seguiu no primeiro grupo. O acidente aconteceu com o segundo grupo, quando chovia e havia forte neblina.
Repetindo: para que a mentira de dizer que Sergio Cabral só chegara a Porto Seguro depois do acidente? Para que descaracterizar sua amizade e intimidade com o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções? Ainda mais quando se sabe não havia qualquer necessidade de dois gigantes da construção civil (Odebrecht e Andrade Gutierrez) se associarem à Delta para reformar o Maracanã. E recorde-se que o consórcio formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta apresentou a menor proposta para reformar o Maracanã: são 705 milhões de reais contra 712 milhões de reais da concorrente OAS, uma diferença de apenas 1%. E a concorrência era de menor preço.
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Só da fdp!!!! Todos iguais !!!!
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