Todos estão acompanhando mais um escândalo envolvendo as forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro. Um ente federativo que pretende, em 2014, ser o palco da final da Copa do Mundo e, em 2016, a sede das Olimpíadas.
Um Estado que possui uma parcela de suas forças de segurança jogada na lama. No lamaçal do descrédito, onde o cidadão a cada dia que passa não consegue, mediante o vislumbrar da farda, diferenciar um mocinho de um bandido.
Uma polícia civil que insiste em disputar espaço com a militar. Uma parcela de agentes públicos pagos com o nosso dinheiro que, ao invés de ordenar a nossa segurança, viabiliza, mediante propinas e agrados, a nossa constante insegurança.
O policial que revende o produto apreendido iguala-se àquele que aceita a pizza de graça do restaurante. Devido a um horrendo costume, tornou-se praxe ser agraciado, como se a função de garantir a segurança, de todos nós, fosse um favor e não uma obrigação constitucional.
A corrupção policial que, diga-se de passagem, não acontece somente na Cidade Maravilhosa, não pode ser creditada aos baixos salários. Esses discursos, uma vez aceitos, eximiriam os crimes do colarinho branco e despejaria no pobre, toda a sorte de imputações criminais.
O cidadão perdeu a segurança. Nos dias atuais, uma barreira policial avistada é sinal de pânico, afinal quem irá nos interpelar? Um policial de verdade, corrupto, traficante ou miliciano?
Os pais de hoje oram todos os dias para que seus filhos não‘alimentem’ o sonho de ingressar na polícia. A questão não versa acerca do brilhantismo da profissão, que é indiscutível e sim, pelo verdadeiro retrato fático, onde o sistema é imposto, cabendo ao sonhador oficial, dançar conforme a música.
O pior disso tudo é saber que nesse momento, milhares de policias honestos estão pensando em deixar as fardas e ingressarem em outra profissão. São homens e mulheres envergonhados diante da constatação de que, entre o amor pela instituição e a efetivação das ações, há uma distância abismal.
Aos honestos de farda, os nossos votos de estima e consideração.
Cláudio Andrade
Caro Cláudio,
ResponderExcluirEmbora respeite sua indignação, que também é minha, permita-me apresentar algumas considerações:
1. A polícia, e conseqüentemente, o policial, são reflexos de sua sociedade, até porque, existem porque essa sociedade existe, ou seja: Polícia corrupta, sociedade idem, pois você, como operador do Direito sabe, não há corrompido sem corruptor.
Logo, a pizza não "brota" no chão, e cai no colo do policial. A contravenção também não, pois não se esqueça: O jogo, as máquinas são referendados pela sociedade, e usam verba pública para isso. Basta ir ao Sambódromo e se deleitar com toda a segurança e estrutura públicas destinadas a proteger um atividade ligada a contravenção: As escolas de samba.
Bom, nem vou mencionar o fato de que boa parte dos recursos do tráfico de drogas, armas, pessoas, etc, estão seguros em bancos, protegidos pelo sigilo bancário.
Mas essas constatações por si não resolvem o problema, mas ao menos podem revelar o óbvio: policiais, como todos os seres humanos aprendem pelo exemplo, e adotam condutas que julgam apropriadas para resolver seus problemas.
Assim, se o policial olha "para cima"(governantes) e olha "para os lados"(sociedade) e vejo maus exemplos e impunidade, vai querer "sua parte".
Ou você imagina que policiais são padres em casas de prostituição?
A corrupção policial é inaceitável, mas não me nos inaceitável que todas as outras corrupções.
Veja que o sócio da esposa do governador, que defende os interesses de empresários que contratam com o Estado, está prestes a se tornar desembargador.
Cadê o exemplo?
A respeito dos salários, aqui vai uma dica: Se as melhores polícias do mundo(no quesito eficiência e honestidade)são as mais bem pagas, está claro que o bom salário não conserta ninguém, mas faz melhor e age antes:
Evita que boa parte caia em tentação.
É preciso acabar com esse sofisma. Ninguém trabalha por "amor". Trabalha porque precisa suprir suas necessidades e de sua família. Se fizer o que gosta e se orgulha, tanto melhor.
Essa desculpa de pagar mal, porque salário não resolve serve apenas para manter as coisas como estão:
Policial barato, cede mais fácil as "negociações" dos que têm dinheiro para comprar "seus direitos".
Círculo vicioso:polícia mal paga, polícia corrupta, sociedade impune!
Um abraço.
http://luizvcc.wordpress.com/2011/02/08/que-pais-e-esse/
ResponderExcluirÉ fácil. Tire Cabral e coloque Garotinho! A cultura vai mudar, os policiais corruptos passarão a ser honestos!Nunca mais pedirão favores a comerciantes! Abusarão de serem honestos!E todos serão felizes para sempre!
ResponderExcluirClaudio, ano passado depois de protestos e mais protestos,conseguimos uma viatura para ficar no parque alzira vargas para garantir a segurança de nós universitários..Voltam as aulas agora em 2011 e a viatura não voltou, o que estão esperando, assaltos todos os dias novamente?
ResponderExcluirChama o Capitão Nascimento de Tropoa de Elite II que ele dá jeito.
ResponderExcluirnão perdemos só a segurança não.Perdemos a esperança e a autoestima.
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