sábado, 18 de dezembro de 2010

A PROVA DA OAB


Hoje, pude obsevar que a polêmica acerca da Prova da OAB voltou ao centro do debate. O desembargador Vladimir Souza Carvalho, do Tribunal Federal Regional da 5º Região, em Recife,  decidiu na sexta-feira que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve inscrever todos os bacharéis em Direito, sem que tenham passado pela prova de admissão da Ordem.

Vale ressltar, de início, que a aprovação no exame, como requisito para o exercício da Advocacia, é justo, mas não garante a entrada de um bom profissional no mercado de trabalho. O aluno de Direito detesta a fase da prática universitária. A grande maioria não possui interesse em absorver os conhecimentos apresentados por seus orientadores.

Não há faculdade no mundo que consiga preparar um aluno por inteiro para o mercado de trabalho. Na disputa atual, ele precisa ler muito as matérias concernentes à área e possuir um bom conhecimento geral, pois, sem isso, a porta para o mundo laborativo tona-se um funil intransponível.  

Durante o curso, a grande maioria não lê, escreve com dificuldade e deseja a conclusão do curso para disputar uma vaga em concurso público. A advocacia não é a primeira opção da maioria dos universitários, pois o curso de Direito tem sido para eles, um requisito de chancela para a busca da estabilidade financeira.

Trabalho em uma Universidade da cidade, há oito anos, e tive a oportunidade de contribuir na formação de mais de mil alunos. Nesse contexto, posso dizer: poucos estão interessados em advogar. 

Em todas as áreas profissionais, existem  maus técnicos e a eles não é exigido prova similar, o que na minha opinião é uma grande falha. O grande problema não está no alto número de reprovados na  prova, pois a maioria já carrega, desde os primeiros anos de estudo, deficiências que jamais serão moldadas no terceiro grau.

A OAB nunca teve um poder significativo, no que tange ao debate acerca da aferição dos bacharéis em Direito. O MEC sempre manteve a OAB como uma entidade apenas consultiva, o que dificulta um debate mais amplo acerca da questão.

Um aluno aprovado na prova da OAB é digno de elogios. Todavia, não deve achar que o simples ato de receber a carteira profissional definitiva, trará por encanto, a qualidade prática necessária, para a ocupação de espaço no mercado de trabalho. 

A prova da OAB continua sendo importante, afinal ainda é o meio mas firme para que a Ordem dos Advogados do Brasil evite um desordenado ingresso de profissionais do Direito no mercado de trabalho. 

Cláudio Andrade

 
 

6 comentários:

  1. E, isto já está dando maior rebuliço, ele agiu em causa própria o filho foi reprovado N vezes...

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  2. Bem, Dr.Claudio, sua análise está corretíssima , todavia, a prova da OAB que é feita no intuito de averiguar conhecimento do formando que sai das Universidades não detém o poder de analisá-lo a ponto de devolver ao mercado um profissional gabaritado. O senhor há de convir que há advogados totalmente "analfabetos" até no ato de escrever( instrumento do qual precisa o tempo inteiro no exercício de seu trabalho) e, olha que já passaram pela prova da OAB. Há outros que foram eliminados e, poderiam ser melhores advogados( tudo isso é muito relativo). O método tradicional de avaliação não é suficiente para aprimorar o profissional desejado. As Faculdades teriam que repensar seus currículos, o professor em sala de aula ser mais observador e exigente na produção acadêmica desse aluno.Estendo a opinião aos demais cursos. No Jornalismo, por exemplo, vemos barbaridades sendo colocadas no mercado( é só observarmos as monografias, que hoje são feitas em dupla). Há alunos que pagam para que seus trabalhos sejam feitos por terceiros.De antemão, posso garantir-lhe o que falo porque li um desses trabalhos feito por uma formanda de uma das nossas Faculdades e fiquei impressionada com a redação da menina, a prática profissional dessa mesma menina, uma decadência e..., já está se preparando toda para a colação de grau.
    Estendendo mais um pouco, não faz muito tempo em que uma médica , récem formada, num dos plantões desses planos de saúde chamou a enfermeira para aferir a pressão arterial de um paciente porque ela estava em dúvida sem saber ao certo como fazer.Será que essa moça fez residência médica?Fecha a cortina, os casos são tenebrosos. A formação acadêmica deveria sofrer mudanças, o aluno deveria ser mais cobrado desde os primeiros anos da Faculdade. A prática profissional deveria ser mais bem cobrada. Infelizmente, a coisa não caminha desse jeito. As indústrias de produção de monografias, dissertações de mestrado e outras andam a cada dia crescendo mais.Quem pode pagar para terceiros produzir os seus trabalhos, paga e está tudo certo.O exame de Ordem ainda é um filtro valioso, no entanto, não tão capaz de medir conhecimento dos futuros advogados.Do seu texto que está muito bom, extraio um parágrafo importante e faço a transcrição do mesmo complementado o meu comentário:
    "Um aluno aprovado na prova da OAB é digno de elogios. Todavia, não deve achar que o simples ato de receber a carteira profissional definitiva, trará por encanto, a qualidade prática necessária, para a ocupação de espaço no mercado de trabalho."

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  3. O último parágrafo é um primor, resumindo bem o que representa a prova da Ordem para a classe: limitar concorrência. Caso fosse um balisador de conhecimentos, como propugnam, por puro pretexto, os iluminados e ungidos pela aprovação, defensores dessa excrescência, não seria justificável temer um bando de analfabetos jurídico-funcionais que, dizem os defensores do exame, se espraiaria no mercado na falta da prova.

    Fiz e faço absoluta questão de não ter tirado nem mesmo a carteira de estagiário, com toda aquela solenidade mambembe pra botar foto no orkut. Após formado, darei um ano de contribuição para essa entidade me servir como escada, aliás, outro absurdo.

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  4. Oi,Claudio,
    Gostaria que ajudasse a divulgar este blog:
    combateapedofiliasempre.blogspot.com
    Obrigada

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  5. Você está certo, Claudinho.
    Errados estão os Conselhos que não implantam exames como o da OAB para ver quem pode e quem não pode exercer a profissão.
    Se o cara tem condições de ser médico, dentista, contador, vai certamente passar numa prova elaborada por seus pares. Se nem isso consegue, paciência.
    É simples, não há absurdo nenhum e isso não tem nada de inconstitucional, muito pelo contrário: é exatamente o que está no inciso XIII do art. 5º.

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  6. A prova da OAB deveria ser o reconhecimento da instituição para aquele profissional que quisesse obter a garantia de profissional recomendado pela instituição OAB.
    E não ser a simples prova que decide ou não quem entra no mercado de trabalho. Não é a OAB quem programa os cursos de direito das universidades, e ao meu ver, não deveria ser, a mesma, a instituição que diz quem estaria apto ou não a advogar.
    O MEC, quando avalia e aprova um curso de nível superior, está afirmando que aquele que cumprir o seu programa, estará apto a ingressar no mercado.
    Se a OAB mudasse o critério de avaliação, tornando a prova facultativa para aqueles que desejassem obter da instituição um "certificado de excelência", pela aprovação no tão contestado exame, garanto que o mercado seria inteligente o bastante para selecionar aqueles profissionais recomendados pelo seu órgão de classe. Seria bem mais simples e infinitamente eficiente...

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oi