“… sobram advogados sem condições de participarem de uma audiência ou incapazes de redigir uma petição, quanto mais de disputar um concurso público para a magistratura” A infeliz frase acima transcrita é do colunista Rogério Gentile, da Folha de São Paulo, ao analisar a dificuldade na aprovação nos concursos para Juiz no Estado do Rio e de São Paulo.
A nota acima não é nova mas reflete a atual situação acerca do polêmico debate em relação a qualificação dos operadores do Direito.
Bem, sou advogado militante e professor universitário há sete anos. Ministro aulas em uma tradicional universidade de nossa cidade, compromissada em formar profissionais para o exercício da profissão de advogado.
Os alunos que no transcorrer do curso ou ao final dele, optem pelo concurso público, devemos respeitar. Estarão utilizando, ao meu sentir, o curso de Direito para outra finalidade.
A profissão de advogado é a mais importante do cenário nacional. Operadores pouco preparados existem em todas as áreas, inclusive na magistratura. O fato de os candidatos ao cargo de Juiz realizarem uma prova difícil -de até cinco fases- não os colocam em um patamar mais elevado em detrimento aos advogados.
Os ilustres causídicos, além de cursarem o mesmo tempo de curso dos magistrados -mínimo de cinco anos- têm por obrigação uma atualização constante. São os membros da OAB que estão na ponta do conflito. Eles recebem os reclames populares e os convertem em Direito, quando isso é pertinente e legal.
Devemos de uma vez por todas entender que as profissões de advogado e de magistrado são nobres, mas cumprem papéis díspares no cenário jurídico. Os companheiros da advocacia fazem a delicada ‘ponte’ que liga o Direito postulado à resposta estatal.
As Universidades e faculdades de Direito buscam inserir no cenário social homens e mulheres com o propósito de defender e de lutar pelos direitos da sociedade, objetivo esse, que será passível de concretização após a aprovação no Exame da OAB.
O exercício da magistratura é algo louvável. Entretanto, não há que se cogitar que o despreparo técnico de alguns atores do mundo jurídico seja exclusividade do advogado. Não é mesmo!
Advogados, Juízes, Promotores, Defensores e todos os serventuários que compõem a máquina judiciária são passíveis de erros e quanto a isso não restam dúvidas. Lembrem-se: qualificação para todos e respeito também! Afinal, somos todos passíveis de erros!
Cláudio Andrade
Concordo que todos podemos errar.
ResponderExcluirE por falar nisso não é um erro afirmar que "A profissão de advogado é a mais importante do cenário nacional." ???
Sim, Cláudio, somos todos passíveis de erros. Mas quando o erro é no outro, somos também passíveis de trazer tantas contendas, desrespeitos, julgamentos?
ResponderExcluirEsta questão de advogados sem condições, é muito forte no Brasil. Não só advogados mas todas as categorias. As pessoas não lêem, não buscam, não vão aos livros, e não sabem mostrar suas razões. Um erro de ortografia aqui e ali, uma palavrinha fora de conjuntura aqui e ali, não vão ser motivo para descaracterizar um profissional, mas não saber interferir e chamar as pessoas de mala, chata, disso e aquilo, porque não compreendem um contexto, isso sim caracteriza uma postura de desconhecimento.
Quanto a profissão mais importante, na verdade a mais importante é aquela melhor representada, isto é, aquela onde o profissional faz o melhor que pode e muitas vezes, vai além.
Sabemos que quando fazemos referência a um teórico, estamos respaldados em algo registrado. E por isso vou me referir a Jesus Cristo, o Grande Mestre: Jesus disse que o servo inútil é aquele que só faz o que é mandado.Isto quer dizer que o servo útil é aquele que vai além.
Vejamos, professor Cláudio, em todas as profissões temos servos inúteis, aqueles que fazem o que tem que fazer, mas venhamos e convenhamos que o que tem de gente que não faz nem o que tem de fazer, não está no marketing.E pior, muitos estão fazendo justamente o que é proibido fazer.
Agora, uma perguntinha: Qual a profissão em que mais se faz justamente o que não deveria ser feito? E quem sai prejudicado nesta profissão?
Uma pergunta para se pensar.
Cláudio:
ResponderExcluira frase é verdadeira. Está cheio de gente por aí que não sabe nada mesmo.
Um abraço.
OBS: só discordei do fato de você ter dito que a frase foi infeliz. Concordo com suas outras afirmações e até acrescento uma: muitos concursos para a Magistratura e MP parecem feitos para que ninguém seja aprovado.