quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A NOVA GALERA.

Há alguns dias, procurei amigos para organizarmos uma ‘pelada’. Para os que não conhecem a palavra, trata-se de uma partida de futebol. Foi uma luta titânica para que eu conseguisse dez parceiros para formar dois times.
Conversando com um deles, enquanto aguardava a chegada dos demais, começamos a refletir acerca do envelhecimento e das atuais atitudes dos jovens. Hoje, o jovem perdeu o brilho natural e das singelas práticas do cotidiano.
Atualmente, é mais fácil encontrar dez jovens de dezoito anos bebendo em um bar do que dois praticando esportes. Alguém pode dizer: “as academias estão cheias”. Cheias? De quem?
Salvo exceções, as academias estão lotadas de fanáticos pelo culto ao corpo. Jovens que não medem esforços para crescerem fisicamente. Isso não tem nada a ver com qualidade de vida. Não é sinônimo de saúde.
O envelhecimento precoce dos jovens aumenta a cada dia. Muitos estão gordos, cansados, de ressaca. Lêem pouco, são agressivos e sem perspectivas futuras. Não andam a pé, não dão bom dia, obrigado, nem mesmo cedem lugar para um idoso sentar.
Nossos jovens envelheceram. Os jovens homens tratam as suas namoradas como objeto. Perdendo-as, resolvem suas frustrações com agressões e perseguições infantis que ‘beiram’ o surreal.
Elas; ciumentas, despreparadas e fáceis, muito fáceis. Difíceis de dialogar, de tratar. Fúteis ao extremo, não conseguem enxergar além de um ‘cordão de prata’. O novo símbolo bestial.
Nas festas ou baladas, eles são agressivos, irritados, ‘fantasiosamente’ fortes e sem regras. São reis sem reino, líderes sem súditos. Homens e mulheres à beira de um colapso social. Não sabem o seu papel na sociedade.
Jovens distribuídos em tribos. Os mais abastados vivem sem saber de onde vêm o seu carro novo, o dinheiro de sua Universidade, o crédito do cartão, nem o dinheiro da cerveja. Os menos abastados, que não absorvem bem a sua realidade social, ingressam no mundo do crime e resolvem suas carências materiais e psicológicas de forma ilícita. Como disse Renato Russo: “há tempos são os jovens que adoecem”. É a doença do distanciamento dos valores morais e éticos. Do mundo do ter em detrimento ao do ser e da vida fácil a qualquer preço. Vale dizer que não estou generalizando, mas também não estou me reportando à minoria. Trata-se de um grupo em crescimento na sociedade.
Bem! Enquanto isso, ninguém chegou para a ‘pelada’. São oito horas e trinta minutos. Será que alguém chegará a tempo?

Cláudio Andrade.

Um comentário:

  1. Rapaz, não estive na "pelada", quem mandou vc publicar o que eu tenho pensado (rsrsrs)Querido Claudio parabens pela sua cronica, infelismente não vejo outro futuro para nosso jovens, lembro-me quando tinha um time de garotos de idade entre 12 a 16 anos, todos queriamm jogar em meu time SANYO JUNIOR DE GOYTACAZES, cada terreno baldio tinha um campinho de pelada, da até vontade de chorar cara, mais um Dia isto vai mudar em acredito, PARABENS!!

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oi