As festas são na verdade aproveitadas muito mais pelos adultos do que pelas crianças. Em algumas ocasiões, a inocente festa de aniversário, se transforma em uma verdadeira ‘Faixa de Gaza’.
Briga-se por tudo. Do melhor presente ao número de fotos que irão sair na coluna social do dia seguinte. Um dos grandes objetos de discórdia é o enfeite de mesa que, muitas vezes, não é lembrança. Precisa ser devolvido.
Muitas mamães não entendem certas ordens expressas e iniciam uma luta ferrenha, quase corporal, pela obtenção territorial da mesa que, uma vez conquistada, ‘abre’ um precedente para a conquista do enfeite.
Na maioria dos embates não há presença dos rebentos. Distraídas por natureza, as crianças já elegeram outros objetos de desejo durante a festa, ao passo que as mães se encontram neuróticas pelo adorno, que pode ser um arbusto de mesa, um macaco de plástico, uma vela, um boneco ou qualquer coisa. Não interessa, vale a sensação ridícula de posse.
Alguns papais evitam acompanhar seus filhos nesses eventos, pois sabem bem, que na hora do ‘arranca rabo’, eles são chamados para tecerem alguns comentários que não desejam. Estão mais envergonhados com a situação, do que encorajados para o enfrentamento.
A determinação de algumas mães é surpreendente e não poupa ninguém. Crianças concorrentes, garçons e as animadoras podem se transformar em adversários em potencial, passíveis inclusive de ameaças veladas ou de uma ligeira cutucada.
A hora dos parabéns é um momento peculiar. Enquanto as crianças e os pais do aniversariante estão ao redor da mesa com o sorriso ‘congelado’ para as fotos, as mamães que ainda não conseguiram conquistar o troféu da mesa partem para o derradeiro ataque. Invadem, de forma discreta, a mesa alheia que, desguarnecida da mãe vigia, tem o seu enfeite levado de forma imediata, para dentro do carro antes que alguém note.
Ainda bem que isso é apenas uma humilde crônica e nada tem a ver com a realidade em que vivemos. Qualquer semelhança é mera conscidência.
Coisas do cotidiano.
Cláudio Andrade.
Artigo de minha autoria que será publicado no Jornal O Diário desta quinta-feira, dia 09 de Abril.
Se você quer saber, Dr. Cláudio, é uma vergonha as festas infantis, em sua maioria. De infância nada se curte. É a indústria do melhor serviço que impera. Crianças robotizadas diante de mil flashes, mães com seus longos cabelos , frutos de escovas progressivas, de açúcar, de chocolate,inteligente( tem muita coisa mais),pais curtindo um bom escocês , convidados recolhendo seus doces , guloseimas e lembranças. O convívio infantil mesmo que é bom, não se curte mais. Parabéns pela sua crônica tão oportuna. Será isso fruto de um progresso exagerado?
ResponderExcluirAdorei, Claudinho... sem falar no avanço na mesa de doces e as sacolinhas que são levadas de casa para voltarem cheias... que vergonha!!!!!
ResponderExcluirEssa crônica é apura realidade, tem pessoas(mães) que fazem coleções desses enfeites. Muitas delas só vão a festa para saber que tipo de enfeite será colocado nas mesas, eu já vi uma mãe distribuir seus três filhos em mesas diferentes(os enfeites eram sortidos)para que ela pudesse levar para casa os três modelos. Já presenciei também aquelas que põem os seus filhos pequenos para passarem por baixo das pernas de outros adultos para sentarem primeiro na mesa e assim garantir o enfeite. As crianças na verdade não estão nem ai pra tudo isso, o que interessa para elas são as famosas sacolinhas surpresa que são abertas logo após receberem só para ver o que tem dentro, as camas elásticas(grande preferida)e as brincadeiras feitas pelos animadores!!
ResponderExcluirNão sei se dá tempo de corrigir...
ResponderExcluirAo invés de: "nada tem haver com a realidade em que vivemos" PARA nada tem a ver com...