quinta-feira, 23 de abril de 2009

MAIS FARRA COM DINHEIRO PÚBLICO.

O ex-diretor de de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi emitiu 42 passagens aéreas da cota de parlamentares em nome dele e familiares. As passagens foram compradas por meio do crédito de 12 deputados. A informação foi publicada pelo site "Congresso em Foco" nesta quinta-feira (23). Segundo a reportagem, Zoghbi e seis parentes receberam os bilhetes da Câmara. Das 42 passagens, dez eram para viagens ao exterior. Os bilhetes saíram das cotas que pertenciam originalmente aos deputados Raimundo Veloso (PMDB-BA), Enio Bacci (PDT-RS), Julião Amin (PDT-MA), Armando Abílio (PTB-PB), Cezar Silvestri (PPS-PR), Nazareno Fonteles (PT-PI), Valadares Filho (PSB-SE), Nilson Pinto (PSDB-PA), Aníbal Gomes (PMDB-CE), Francisco Tenório (PMN-AL), Zé Geraldo (PT-BA) e Ayrton Xerez (DEM-RJ). Todos negam ter autorizado a emissão das passagens e dizem que sequer conhecem o ex-diretor. Os trechos internacionais usados pelo ex-diretor e por seus parentes incluíram Paris e Madri. Ao todo, foram usados 18 voos da TAM, 14 da Gol e dez da Varig. Sem reconhecer o repasse dessas passagens, os parlamentares envolvidos com o problema decidiram pedir informações para a diretoria da Câmara, para saber como seus créditos de viagens foram usados para atender pessoas que não conhecem. Existe a suspeita de que passagens dos parlamentares acabaram sendo repassadas indevidamente para outras pessoas. A Câmara não descarta até que tenha havido boa-fé desses usuários e culpa de alguma outra pessoa ou de alguma agência de viagem que teria aproveitado os bilhetes para revendê-los, sem ter esse direito. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, apareceu, por exemplo, ao lado da esposa como sendo usuários de passagens emitidas pelo gabinete do deputado Paulo Roberto (PTB-RS). Só que Mendes tem os comprovantes do pagamento de suas passagens. É essa triangulação de passagens que poderá ser analisada pela Câmara, que admite a possibilidade de o mesmo ter ocorrido com Zoghbi e seus parentes. O ex-diretor, que ainda é funcionário do Senado, não deu declarações nesta quinta. A assessoria de comunicação da Casa informou ao G1 que ele não falaria com a imprensa. Zoghbi deixou o cargo de diretor do Senado após a revelação de que teria cedido um imóvel funcional da Casa, a que teria direito, para um filho. Na época, ele negou as acusações. Ele havia assumido o cargo em substituição a Agaciel Maia, acusado de ocultar uma mansão avaliada em R$ 5 milhões.

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